Política à Brasileira

No Brasil, observa-se um verdadeiro descaso com a questão política. O povo tem uma imensa aversão ao assunto, tendo alguma mínima atuação nisso em períodos de eleições; dessa forma, a política torna-se posse dos tolos que melhor chamam a atenção.

Política é um exercício de ética e eficiência: é viver em sociedade. O Homem é um animal político e, graças à benevolência Divina de conceder a nós a capacidade de raciocínio e de consciência, somos complexos demais. Dada esta complexidade, somadas às diferenças naturais que surgem entre os povos — quase como uma evolução cultural que varia dependendo do lugar e da situação — passamos a nos agrupar de diferentes maneiras, pondo em prática diferentes visões de mundo e de exercício de poder, todos a fim de manter um padrão social, uma ordem social, marchando na busca pela felicidade plena do indivíduo comum. Entretanto, como já foi anunciado, o Homem é um ser complexo e cheio de diferenças; isso implica também, que as pessoas vivam de diferentes maneiras dentro de um mesmo grupo ideológico e/ou cultural, cada uma com seus próprios objetivos, o que acaba tornando diversas ideologias inviáveis pelo fato de estarem desprotegidas contra pessoas de má fé, que acabam por implantar na sociedade e, consequentemente, no Estado, princípios maquiavélicos.

No Brasil, isso ocorre na surdina. Devido a falhas de nosso modelo democrático, somadas a um povo mal-educado politicamente, elegendo representantes pobres ideologicamente; prometendo o pão e o circo, mas, no fim, praticando sempre o mesmo: uma manutenção de poder maquiavélica, perdurando-se no poder por cada vez mais tempo.

O povo, alheio a essa situação e observando apenas os resultados deprimentes de medidas desses representantes enganadores, passou a detestar a política, não gostando nem de debater sobre, surgindo aí, o famoso “Política não se discute!”.

Uma interessante e simples forma de tentar rebater esse problema da aversão à política é estabelecer um padrão sobre o que é política. Como já foi afirmado no começo deste artigo, política é o simples ato de viver em sociedade, logo, é praticar uma manutenção social do seu redor e de si mesmo. Ao analisar esta definição, pode-se afirmar que, o que é feito no Brasil não é política, mas sim, politicagem. O ato de fazer política (exercendo o cargo institucional) então, pode ser encaixado num padrão: Exercer sua função de maneira eficiente e visando o bem geral da população e a felicidade da nação; o que é diferente da politicagem, que é uma deturpação da política, colocando todo o instrumento social (Estado, Instituições privadas ou Estatais, órgãos governamentais, sociedade, etc.) de joelhos para si mesmo, realizando a manutenção de poder maquiavélica.

Estabelecendo a diferença entre exercer política e exercer politicagem torna mais fácil às pessoas mais leigas, a tarefa de discernir um bom político de um politiqueiro sujo. Se cada um buscar espalhar essa forma de definir, já haverá um grande efeito sobre o modo de entender a política nacional, podendo até gerar grandes, efetivas e benéficas alterações sobre o modo que o povo escolhe seus representantes.

Autor: Vinícius.

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