Neste domingo, os alemães elegeram um novo parlamento após anos de um governo confuso e ineficiente formado pelos Social-Democratas (SPD), Verdes e Liberais (FDP [sic]), estes que, saindo do governo, o derrubaram. Os resultados, apesar de serem quase exatamente o que as pesquisas previam, chocaram muitos. Os nacionalistas da Alternativa para a Alemanha (AfD) dobraram seu desempenho, se tornando o segundo maior partido no Bundestag apesar de todas as tentativas de até mesmo fechar o partido. O grande vencedor, todavia, foi a União Democrata Cristã (CDU-CSU), liderada por Friedrich Merz que há poucos anos voltou de um longo autoexílio da política para tomar as rédeas de seu partido. Mas quem é o próximo Chanceler da Alemanha?
Chanceler Merz
Friedrich Merz, proveniente de uma família patrícia de sua cidade na Vestfália, Brilon (da qual seu avô foi prefeito por vinte anos). Muitos membros de sua família eram ligados à CDU e seu antecessor, o Zentrum, as principais forças católicas na política alemã no século XX. Se formou em direito com uma bolsa do partido e atuou como juiz e advogado até 1989 quando foi eleito para o parlamento europeu, onde serviu na comissão de assuntos econômicos. Em 1994, entrou para a política nacional, se tornando a liderança do partido no Bundestag. Nestes anos, era visto como um líder da “ala conservadora” do partido, competindo com Angela Merkel, representando o centro, pela sua liderança.[1] Em 2005, tornou-se membro do Andenpakt,[2] uma espécie de sociedade discreta de homens da ala conservadora da CDU que originalmente pretendia levar a CDU de volta às suas raízes. Com a eleição de Merkel e o descontentamento com a direção da política e do partido, decidiu se aposentar da política em 2007, terminando seu mandato em 2009. Um biógrafo seu, falando de seu desgosto com a chanceler, conta que uma vez o encontrou na rua, tentando atravessar. Frustrado com o sinal que se fechava logo quando ele ia atravessar, olhou para a testemunha e disse “isso é obra da Merkel de novo”.[3] Até 2020, trabalhou em posições importantes em inúmeras empresas, incluindo a infame gigante americana BlackRock. Com a aposentadoria de Merkel, voltou à política em 2018 e, em 2021, foi candidato à presidência da CDU, fazendo campanha como o candidato “antimerkel” e venceu com margem ampla graças ao descontentamento geral no partido com a virada à esquerda da ex-chanceler.
Desde então, tem tentado guiar o partido de Adenauer de volta à direita, tomando uma posição firme contra a imigração, chegando a apoiar discretamente um programa de desnaturalização[4] e remigração de sírios e afegãos.[5] É notável também sua postura combativa, defendendo a volta do serviço militar obrigatório (suspenso em 2011), a construção de um exército europeu e o armamento nuclear da União Europeia,[6] além de ser crítico do apoio tímido de seu antecessor, o chanceler Scholz, à Ucrânia. Em sua campanha, combateu tanto a AfD quanto aqueles que ele chama de “malucos verdes e esquerdistas” cuja coalizão é culpada pelas desgraças atuais da Alemanha e Europa. Defende também a vigilância e até o fechamento de mesquitas que promovem o ódio e violência.[7] Em 2022, deu um discurso na casa de Alfred Dregger, ex-oficial da Wehrmacht e liderança da “direita radical” dentro da CDU, de quem era próximo, dizendo que “Ele era um farol da União [CDU]. Seu credo Os conservadores são aqueles que trazem o progresso real ainda se aplica hoje” e que “Alfred Dregger ainda é um modelo para mim em sua atitude, um cavalheiro que discutiu muito, mas sempre permaneceu pessoalmente educado e conciliador”.[8] Fora isso, tem a política de um liberal-conservador mediano com o mínimo de bom senso, se opondo ao envolvimento de crianças e adolescentes no “movimento LGBT”, defendendo a desregulamentação da economia (na Alemanha e na UE), corte de impostos, enxugar a burocracia, renuclearização da energia, combate ao crime, uma política natalista tímida, etc.[9] Votou várias vezes a favor de projetos que restringiriam o aborto e contra aqueles que o liberalizavam, às vezes se encontrando entre os poucos deputados (até mesmo dentro de seu partido)[10] que tomaram uma posição pró-vida. Além da postura quanto à imigração e integração, não parece ter um perfil muito nacionalista.
Nestes últimos dias de campanha, gerou controvérsia por colaborar com a AfD para a aprovação de um projeto para diminuir a imigração e cortar benefícios de refugiados. A esquerda (incluindo Merkel) viu isso como uma violação do Cordon Sanitaire contra a AfD e o criticou, dizendo que havia fraquejado com sua promessa de não colaborar com a “extrema-direita”.[11] O futuro chanceler respondeu que não se pode deixar de apoiar um bom projeto porque as pessoas erradas concordam com ele. Merz também criticou a tentativa de pôr a AfD na ilegalidade.
A ascensão da AfD
Talvez o assunto por qual nosso público mais se anima seja a ascensão da “extrema-direita”, a AfD. Criada em 2013 por membros da CDU em meio à crise na Grécia, surgiu como grupo que se opunha ao resgate financeiro do país e logo se tornou um partido eurocético. Com o tempo, especialmente após a renúncia de Frauke Petry, mais moderada, da liderança do partido, guinou mais à direita atraindo conservadores e nacionalistas insatisfeitos com o governo da CDU e fortalecendo a sua ala mais radical liderada pelo líder estadual do partido na Turíngia, Björn Höcke. Ainda assim, a liderança do partido é dominada pela ala mais liberal, como Jörg Meuthen que, durante sua liderança, combateu Höcke e mais tarde renunciou, dizendo que se decepcionara com a direção do partido.[12] Agora é liderada por Alice Weidel, ainda algo moderada.

Desde sua fundação defendeu uma agenda econômica liberal (mais do que a da CDU e FDP), controle estrito de imigração, combate ao islã, ao ecologismo e ao “wokismo”. As posições pelas quais mais se destaca do resto da direita são a intenção de deixar a UE e OTAN ou pelo menos abandonar o Euro e a oposição ao apoio à Ucrânia e sanções contra a Rússia.
Além do lado “oficial” moderado do partido, também temos Der Flügel, liderada por Höcke que frequentemente faz alusões a bordões nazistas[13] e critica os memoriais ao holocausto,[14] motivos pelos quais foi várias vezes punido pelo judiciário e teve sua facção dentro da AfD dissolvida pela liderança. Höcke apresenta uma análise mais radicalmente nacionalista do estado da Alemanha, rejeitando o liberalismo oficial do partido, questionando o filossemitismo, adotando posições pró-natalistas “prussianas” e, apesar de negar ser racista pela sua incompatibilidade com a cosmovisão cristã, rejeita as tentativas de integração de refugiados, clamando diretamente pela expulsão de quase todos ou todos e aplicando teorias darwinistas às raças.[15] Dentro da direita do partido, houve vários casos de membros ostracizados pelo resto da política, como o de Martin Hohmann, expulso da CDU após dar um discurso antissemita[16] e o de Maximilian Krah, líder da AfD no Parlamento Europeu, que, após dizer que nem todos os membros da SS deveriam ser considerados criminosos, levou a uma crise dentro do grupo eurocético no Parlamento Europeu, o Identidade e Democracia, que culminou com a expulsão da AfD do grupo por parte do RN de Marine Le Pen.[17] Quando foi dissolvido em 2020, Der Flügel continha cerca de 20% dos membros do partido. Hoje, talvez sejam mais.
Recentemente a AfD foi alvo de ataques legais, como a tentativa parlamentar de pô-la na ilegalidade[18] e também vários ataques violentos contra seus membros, entre os quais se destaca Heinrich Koch, que foi esfaqueado no meio da rua.[19] O partido também é alvo de um Cordon Sanitaire, um acordo entre os outros partidos de não-colaboração com “a extrema direita” que o mantém fora de coalizões e governos mesmo nos estados onde tem a maior representação nos congressos estaduais, como a Turíngia que teria Höcke como governador senão por uma coalizão da CDU com dois partidos de esquerda. Nesta eleição, a AfD dobrou sua representação no Bundestag, se colocando como o segundo maior partido, atrás somente da CDU. A AfD foi especialmente popular entre a classe trabalhadora, captando o eleitorado tradicional da SPD. Curiosamente, foi o partido mais votado também pelos eleitores homossexuais, mas neste caso o motivo é mais difícil de se entender. Com a derrota da Bündnis Sahra Wagenknecht, a “AfD socialista”, que por pouco não alcançou o piso de 5% para eleger deputados, a AfD se consolidou como a única força eurocética dentro do parlamento.
E agora?
Com a vitória da CDU, Merz formará o governo e já começou as negociações de coalizão com o SPD. Para quem espera um governo conservador que consiga levar a cabo o programa da CDU plenamente, as concessões feitas ao partido aliado será uma grande decepção, mas uma decepção natural do sistema parlamentar. Independente da direita ter ganho mais de metade do parlamento, o partido governista se vê tendo que negociar com um partido que se opõe à sua política interna como a única alternativa a se aliar com um partido que se opõe a ele em sua política externa (e, em alguns pontos, a interna). Isso tudo sem contar com a questão da ala de centro do partido.
Alguns pensamentos otimistas: 1 – Merz é um sujeito orgulhoso, intransigente, vai tentar fazer o possível para ocupar a maior parte possível do governo com ministros da CDU. 2 – Merz pode usar a mera possibilidade de trocar o SPD pela AfD como ameaça para que a SPD se conforme com um papel no governo menor do que o esperado. Ou se conformam, ou Merz convida a “extrema direita” para o governo. 3 – A CDU não tem aliados no governo para apoiar certos projetos, mas pode contar com os votos da AfD para passar legislação migratória, como fez na semana passada. Caso o SPD não aceite, voltamos ao ponto 2. 4 – No cenário europeu, pode ser que haja o fortalecimento de um “europeísmo de direita” que mitiga os problemas da UE e a usa para fins melhores, talvez colaborando com Giorgia Meloni que tem feito este esforço.
Isso tudo seria especulação muito otimista, claro. Merz claramente não quer ceder à AfD. Facilmente o governo pode acabar concedendo muitas posições à esquerda para manter a coesão do governo e fortalecer o Cordon Sanitaire, acabando por se tornar uma espécie de “Merkel V”. Afinal, em termos de política externa, que parece ser uma preocupação mais urgente do governo alemão, é mais fácil resolver as diferenças com o SPD. Algo bom para o governo é que uma coalizão CDU-SPD é suficiente para uma maioria e não será necessário, como esperado, negociar também com os Verdes, já que Markus Söder, líder da CSU (partido “gêmeo” da CDU na Baviera) disse que rejeitaria qualquer coalizão com eles e o governo poderá então seguir uma política energética menos restrita pelos ambientalistas.
Desafios do Novo Governo
1 – O desafio mais imediato no plano externo é a guerra na Ucrânia. Merz foi eleito defendendo uma participação maior da Alemanha e da UE no esforço de guerra ucraniano, divergindo com o governo de Scholz sobre a questão de se a Alemanha deveria enviar mísseis Taurus para a Ucrânia. Com a reorientação da política externa americana de uma posição de colaboração com a UE para uma de inimizade que ameaça a OTAN, Merz parece estar se afastando de seu atlantismo e enfatizando mais a necessidade de fortalecer a UE, especialmente na questão militar. Uma paz favorável à Ucrânia, a formação de um exército europeu e a emancipação estratégica da Europa são centrais para a “vitória” de seu governo. Seus aliados no governo, apesar de tomarem uma posição mais moderada, não devem ser um problema e, na oposição, a AfD e a Esquerda seriam os únicos que se opõem à guerra e militarização da UE.
2 – Internamente, a Alemanha sofre de uma crise que sua antecessora e rival Merkel provocou. Com a continuação da crise migratória, a população alemã tem sofrido constantemente com um aumento da criminalidade, os frequentes ataques terroristas, a diluição da nação em sua própria pátria e o peso fiscal dos benefícios para refugiados. Merz pretende e tem tentado conter o fluxo migratório tornando a Alemanha menos atraente para refugiados, limitando drasticamente seu número e defendendo deportações, além de se opor às reformas do governo Scholz que facilitaram a naturalização. Talvez seja o maior desafio do governo, tanto por causa da oposição de seus aliados social-democratas quanto pelos tratados da UE. Ano passado, a UE aprovou um pacto que promove uma distribuição mais igualitária de novos refugiados pela Europa, com a alternativa de pagar uma “fiança” para receber menos. Outro problema é o Acordo de Schengen, que estabelece fronteiras abertas dentro da maior parte da Europa. Atualmente, há uma disputa relacionada a esse, já que alguns países, incluindo a Alemanha, estão estabelecendo postos de controle em suas fronteiras, cujos críticos dizem que viola o acordo de livre-circulação. Merz defende que controlar quem entra e sai não equivale a fechar fronteiras e que respeitará os tratados enquanto protege a Alemanha de potenciais ameaças. A UE não só atrapalha, mas também oferece a possibilidade de ação regional para o controle das fronteiras da União, o que tem sido promovido pela direita no Parlamento Europeu e tem dado alguns frutos. Merz, liderando a principal potência europeia, pode aproveitar de sua influência para fortalecer as fronteiras europeias para conter a imigração ainda fora da Alemanha. Dentro da oposição, podemos esperar que a AfD colabore com a CDU quando esta propuser projetos de controle migratório, desnaturalizações e deportações.
3 – Nos últimos anos, a economia alemã também está em crise. Após muitos trimestres com crescimento de praticamente 0% e o fechamento de fábricas importantes, a Alemanha vive um episódio de desindustrialização crítico. As causas? O peso do Estado que cresceu sob os governos de esquerda, a política energética terrível dos Verdes e Social-Democratas, a expansão da manufatura chinesa, a degradação da infraestrutura alemã e, claro, a alta do preço do gás decorrente da guerra na Ucrânia. A Alemanha também tem um impedimento constitucional de gastos deficitários. O “freio de dívida”, criado após a recessão de 2008, proíbe que a Alemanha tenha um déficit de mais de 0,35%. Os críticos, geralmente à esquerda, dizem que a economia só pode ser recuperada se livrando deste freio. Merz, favorável ao freio em princípio, parece também favorável a uma flexibilização dele, provavelmente para o aumento de gastos com defesa. O problema é que, sendo parte da constituição, ele precisa de ⅔ do parlamento para reformá-lo. A AfD se opõe a qualquer reforma e a Esquerda, apesar de ser contra o freio, não aprovará uma flexibilização feita para a continuação da guerra. Outro problema é o encarecimento da energia devido à mudança da matriz energética e o corte do fornecimento do gás russo do qual a Alemanha dependia. Graças a esses fatores, o custo da manufatura alemã explodiu, levando a cortes imensos de produção e falência de fábricas. O consumidor também sofreu com suas contas ficando mais caras. Merz quer voltar atrás com a “revolução” verde da matriz energética alemã, trazendo de volta o uso da energia nuclear e tomando uma atitude pragmática quanto a quais fontes de energia usar. Porém, ao contrário da AfD, não espera resolver a questão do gás reatando relações com a Rússia e reconstruindo os gasodutos Nord Stream sabotados durante a guerra. Resolver esta questão será um desafio para o governo que está em aberto. Merz demonstrou preocupação com o risco das empresas alemãs investirem na China, pedindo que essas tenham cuidado, preferindo que invistam na Alemanha e no resto da Europa. Além dessas questões centrais, Merz espera que seu plano de reforma tributária e corte de regulamentações (na Alemanha e UE) ajude a manufatura a se restabelecer e a economia a crescer.
4 – Por último, Merz enfrenta um desafio político-partidário. Levando a CDU à direita, ele vai conseguir reconquistar o eleitorado da AfD? Ele vai conseguir satisfazer seus próprios eleitores, fortalecer sua posição no governo e diminuir ainda mais o SPD que sofreu sua pior derrota em 150 anos? Ele manterá a “liderança” alemã dentro da UE? Ele enfrenta o grande problema do sistema liberal-democrata que ele tanto ama, ficando preso à necessidade de fazer um jogo parlamentar e midiático comprometendo o programa de governo puro. Mesmo atingindo alguns de seus objetivos, se ele conceder demais à esquerda, a AfD e seus próprios eleitores mais à direita não o perdoarão e poderão vencer as próximas eleições. Para Merz, isso não pode acontecer porque significará o fim do projeto europeu, o que ele vê como ameaça para a própria Alemanha. Se colaborar demais com a AfD, a esquerda pode ganhar força e o resultado disso pode ser ainda pior. Como se já não fosse suficiente fazer malabares com os diversos problemas do Estado, ainda tem que fazer com a opinião pública e o parlamento.
Autor: João Marcelo.
Notas:
[1] BBC. Quem é Friedrich Merz, o rival de Merkel que caminha para ser novo premiê da Alemanha. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cly37545nj0o.
[2] Der Spiegel. “Anden-Pakt” nimmt Friedrich Merz auf. Disponível em: https://www.spiegel.de/politik/deutschland/union-anden-pakt-nimmt-friedrich-merz-auf-a-382963.html.
[3] DW News. Friedrich Merz: What to expect from Germany’s likely next leader | Berlin Briefing Podcast. Disponível em: https://youtu.be/Mq_Zla713u0?feature=shared.
[4] Der Spiegel. Merz will Ausbürgerung ermöglichen. Disponível em: https://www.spiegel.de/politik/deutschland/friedrich-merz-will-ausbuergerung-ermoeglichen-a-d887cae0-8e6f-4f1f-ab5b-1de8da5efde7.
[5] Merkur. Merz fordert Syrien-Abschiebungen und Aufnahmestopp – „nicht durchsetzbar und rechtswidrig“. Disponível em: https://www.merkur.de/politik/friedrich-merz-cdu-abschiebung-syrien-fluechtlinge-asyl-bundestagswahl-2025-zr-93472190.html.
[6] TVP World. Germany’s nuclear question: Merz admits he ‘must talk to UK and France’ about nuclear protection. Disponível em: https://tvpworld.com/85258642/germanys-nuclear-question-merz-admits-he-must-talk-to-uk-and-france-about-nuclear-protection.
[7] TLDR News EU. Germany’s CDU/CSU Manifesto Explained. Disponível em: https://youtu.be/SdAOYhTgLoQ?feature=shared.
[8] Osthessen News. Friedrich Merz am Grab von CDU-Größe Alfred Dregger – Sekt in Dregger-Villa. Disponível em: https://osthessen-news.de/n11722811/friedrich-merz-am-grab-von-cdu-groesse-alfred-dregger-sekt-in-dregger-villa.html.
[9] TLDR News EU. Germany’s CDU/CSU Manifesto Explained. Disponível em: https://youtu.be/SdAOYhTgLoQ?feature=shared.
[10] Katholisch. So katholisch sind Kramp-Karrenbauer, Merz und Spahn. Disponível em: https://www.katholisch.de/artikel/19851-so-katholisch-sind-kramp-karrenbauer-merz-und-spahn.
[11] Euronews. Preserving the firewall: 160,000 demonstrate in Berlin against Friedrich Merz. Disponível em: https://www.euronews.com/my-europe/2025/02/02/preserving-the-firewall-160000-demonstrate-in-berlin-against-friedrich-merz.
[12] Financial Times. An insider’s account of the AfD: ‘The wrong people stayed’. Disponível em: https://www.ft.com/content/c7d0f3f3-47d8-4a22-a8f9-e9b3b7cb462f.
[13] ABC. German far-right leader Björn Höcke on trial for allegedly using Nazi slogan — his ‘extremist’ party is one of the country’s highest-polling. Disponível em: https://www.abc.net.au/news/2024-04-18/german-bjorn-hocke-afd-party/103696230.
[14] BBC. German fury at AfD Hoecke’s Holocaust memorial remark. Disponível em: https://www.bbc.com/news/world-europe-38661621.
[15] Süddeutsche Zeitung. “Blanker Rassismus”: Höcke und die Fortpflanzung der Afrikaner. Disponível em: https://www.sueddeutsche.de/politik/afd-thueringen-blanker-rassismus-hoecke-und-die-fortpflanzung-der-afrikaner-1.2780159.
[16] DW News. German Press Review: The Trouble with Hohmann. Disponível em: https://www.dw.com/en/german-press-review-the-trouble-with-hohmann/a-1023910.
[17] POLITICO. AfD will fail in bid to rejoin far-right ID group in EU Parliament, says Maximilian Krah. Disponível em: https://www.politico.eu/article/afd-germany-fail-effort-rejoin-id-group-maximilian-krah-after-kicked-out/.
[18] Anadolu Agency. German parliament debates potential ban on far-right AfD. Disponível em: https://www.aa.com.tr/en/europe/german-parliament-debates-potential-ban-on-far-right-afd/3467314.
[19] The Guardian. Far-right AfD party candidate stabbed in Mannheim. Disponível em: https://www.theguardian.com/world/article/2024/jun/05/far-right-afd-party-candidate-stabbed-in-mannheim.