Da Censura à Revolução: as violentas manifestações no Nepal

O Nepal é um país do centro da Ásia, localizado no Himalaia, inclusive, é o lar do ponto mais alto do planeta: o monte Everest. Entretanto, recentes eventos trouxeram uma atenção diferente ao país.

O Nepal está sob controle de partidos que seguem orientações marxista-leninistas desde 2008, sendo atualmente governado por uma coalizão de esquerda. Como é de se esperar, esses partidos iniciaram suas perversas ações claramente anti-democráticas no país, e o cúmulo da questão foi o recente bloqueio à 26 redes sociais.

O governo alega que as plataformas não eram registradas e nem submetidas à supervisão do Estado e de suas políticas de regulamentação da internet.

Segundo as normas do país, as plataformas deveriam manter escritórios físicos ou pontos de contato no país para continuarem suas operações.

Tal decisão desencadeou um enorme descontentamento na população — em especial, entre os mais jovens — fazendo com que milhares fossem às ruas de Katmandu. O governo abriu fogo contra os manifestantes, matando 19 pessoas e ferindo outras 400.

Após isso, os eventos se intensificaram, em evidência na questão da violência, o que se observou nos ataques a prédios públicos e propriedades de políticos.

Mesmo após a reativação das plataformas, a população manteve-se indignada com as mortes e manteve as ruas cheias.

“Punam os assassinos do governo. Parem de matar crianças”, gritavam os manifestantes em frente ao prédio do parlamento do Nepal.

Toques de recolher foram impostos, mas nada parou a fúria da população. Tamanhas pressões fizeram o primeiro-ministro Prasad Sharma Oli prometer comissões de investigação sobre as ações da polícia, auxílio dos feridos e indenização das famílias dos falecidos.

O que se seguiu foi a demissão de ministros, o isolamento do premiê e o enfraquecimento do governo.

No dia seguinte, manifestantes atacaram prédios públicos e residências de autoridades. Os prédios do Parlamento e da Suprema Côrte foram incendiados, junto do complexo governamental de Singha Durbar e das residências de políticos, incluindo a de Oli, do Presidente Ram Chandra Paudel e do ministro do interior Ramesh Lekhak.

Os manifestantes chegaram a prender Rajya Laxmi Chitrakar, a esposa do ex-primeiro ministro, dentro de sua casa, a qual incendiaram logo em seguida. A mulher foi levada ao Hospital de Queimados de Kitipur, mas não resistiu aos ferimentos.

Dada a situação caótica do país, o primeiro-ministro Oli renunciou, dando fim ao seu terceiro mandato no cargo.

Tais protestos podem ser agrupados junto à outros eventos semelhantes na região. Como as manifestações que derrubaram os governos de Bangladesh e Siri Lanka.

Autor: Vinícius.

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