Precisamos Redescobrir o Brasil!

Brasil, a mais jovem nação entre as nações. O que são 525 anos diante dos séculos e milênios dos demais países, e das grandes civilizações conhecidas e perdidas na marcha do tempo? Sabemos bem, é claro, que o Brasil tem uma história muito mais antiga. O Brasil de antes de 1500, ainda está para ser amplamente descoberto e desbravado por aqueles que navegam entre as grandes pesquisas nas ondas das histórias, das lendas, dos mitos e contos, sondando o Brasil das tribos e nações indígenas, aquele Brasil que chegou a contemplar até mesmo a passagem dos sumérios por esse solo. Quantas nações e civilizações antigas aqui habitaram, e que hoje não temos ainda conhecimento? É, o Brasil tem uma história muito mais rica e extensa do que imaginamos.

No contexto do 22 de abril, data que marca os 525 anos do evento conhecido em nossa história, como “a descoberta do Brasil”, é fundamental, antes de nos lançarmos ao descobrimento do “desconhecido”, redescobrirmos o Nosso Brasil. As décadas de péssima educação escolar e familiar fizeram com que o brasileiro, especialmente o jovem, perdesse o interesse nos estudos, e consequentemente, perdesse o respeito pela própria história, destruíndo a passos largos o orgulho nacional. O interesse pelo conhecimento se diluiu na grande onda materialista de glamorização do supérfluo, das manchetes sensacionalistas, dos vícios, da deseducação. E assim vivemos em um país onde seus cidadãos veem como vergonhoso hastear a bandeira, e que não sabem sequer cantar o hino nacional. O Brasil autêntico vem sendo engolido pela desonestidade, onde você é tratado como tolo e idiota se não leva vantagem em cima de algo; engolido por uma música pornografica e que exalta o crime e trata a mulher como um objeto sexual, infelizmente, ainda, com a colaboração de uma parcela das próprias mulheres que prestigiam os ritmos, as danças e letras das mesmas músicas; por uma arte vazia, sem personalidade e sem sentimentos, arte comercial; engolido por uma mentalidade destrutiva, animalesca, criminosa e pornografica; por “políticos” que não são políticos, mas sim criminosos organizados e empenhados em exaurir os cofres públicos até o último centavo; por cabides de farda, toga e batina, que prostituem miseravelmente suas profissões apenas para alcançar posições de privilégio, cargos e regalias. E o nosso Brasil? E o Brasil autêntico, profundo e verdadeiro, onde está? Urge redescobrirmos o Brasil!

O caminho para a redescoberta do Brasil é único: EDUCAÇÃO. Só uma educação com um sentido moral, virtuoso e sadiamente nacionalista será capaz de fazer com que os brasileiros de hoje e de amanhã sejam capazes de redescobrir suas raízes, suas tradições. Em nenhum momento de nossa história foi tão importante e crucial para a sobrevivência e existência da nossa própria nação uma educação voltada aos pontos aqui destacados.

A redescoberta do Brasil, Terra de Santa Cruz, é algo ao nosso alcance, ao alcance dessa própria geração que em sua parte resiste contra os efeitos maléficos de uma subcultura que quer apagar nossos feitos como Nação e destruir nossas raízes. O Brasil ainda vive, vive pois em nossa música. Villa-Lobos, Carlos Gomes e Alberto Nepomuceno ainda vivem através da musicalidade e perfeição harmônica das “Bachianas Brasileiras”, do “O Guarani” e “Batuque”. O Brasil autêntico que queremos redescobrir é o da literatura de alta cultura onde conhecemos os “Sertões”, de Euclides da Cunha e a “Iracema”, a virgem dos lábios de mel de José de Alencar”; letras que fizeram o Brasil conhecer o nordeste e sua gente, como “O Quinze”, de Raquel de Queiroz, “Terra de Sol” e “Praias e Várzeas”, de Gustavo Barroso; as histórias e estórias dos contos de Monteiro Lobato e Paulo Setúbal. O Brasil que buscamos redescobrir é o da arte harmônica e bela, nacional, são as telas de Raimundo Cela, Portinari e tantos outros gigantes da pintura do nosso Brasil. A nação que buscamos reerguer está viva nos grandes episódios históricos da chegada e desembarque dos portugueses no solo ainda virgem dos nativos; as Bandeiras e o sonho das esmeraldas; a luta nos Guararapes e a bravura de Camarão, Dias e Negreiros; a conquista do território e construção das cidades; a chegada de D. João VI; a Independência e o Império; as guerras na Cisplatina e no Prata e a destacada bravura dos gigantes de nossa Marinha de Guerra e do Exército; está em Osório, Caxias, Sampaio e Tamandaré; em D. Pedro II e no Império do Brasil; está na luta abolicionista e na coragem de Princesa Isabel; está em nossos grandes médicos, inventores e cientistas, como Santos Dumont, Oswaldo Cruz, Belisário Penna e Carlos Chagas; está na bravura dos nossos marujos no Atlântico e dos nossos soldados nos campos de Batalha da Itália até a Missão de Paz no Haiti; está na aguerrida resistência dos nossos militares no combate ao crime. O Brasil que lutamos para redescobrir, reafirmar e revelar ao povo, é o Brasil de fato, é o Brasil do dia a dia, o Brasil de coragem, resistência, força, persistência tenaz, inteligência por vezes incompreendida, de sofrimentos e heroísmos conhecidos e anônimos.

Quando o brasileiro redescobrir o Brasil, irá redescobrir a si mesmo, e diante da grandeza a vista dos seus olhos erguerá uma grande Nação, uma Pátria Nova, um Brasil Imperial, um Brasil Integralista.

Autor: Carlos Ribeiro, colunista e correspondente da Nova Acção no Ceará.

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