A maioria dos brasileiros atentos já devem ter notado a ineficácia da Democracia Liberal, pelo menos os que estão a ler este artigo assumo que possuam uma posição contra o sufrágio universal.
Todos nós concordamos que é um erro colocar a família refém do indivíduo e o indivíduo por sua vez refém da multidão.
Veremos esse trecho do livro ABC do Integralismo de Miguel Reale:
“Para os liberais o povo é a soma aritmética dos indivíduos isolados, ou, quando muito, justapostos. Quando um deputado, todo cheio de empatia, declara que é representante do povo, em cujo nome exerce o mandato, ele entende que o povo são milhares de votos, é a massa dos eleitores, sem distinção de cultura, de mérito ou de classe, cada qual representando um número a ser somado para exprimir a mais fictícia e irrisória “vontade” comum. A doutrina liberal se formou de pressupostos filosóficos abstratos, concebendo um homem de uma só dimensão, unicamente preocupado com o lado político da existência, sem necessidades de natureza espiritual ou econômica.”
Mas, e agora? Para onde nós vamos a partir daqui? Cesarismo? Uma ditadura partidária?
Vemos aqui a resposta proposta pelo Chefe Nacional no Manifesto de Outubro:
“A Nação precisa de organizar-se em classes¹ profissionais. Cada brasileiro se inscreverá na sua classe. Essas classes elegem, cada uma de per si, seus representantes nas Câmaras Municipais, nos Congressos Provinciais e nos Congressos Gerais. Os eleitos para as Câmaras Municipais elegem o seu presidente e o prefeito. Os eleitos para os Congressos Provinciais elegem o governador da Província. Os eleitos para os Congressos Nacionais elegem o Chefe da Nação. perante o qual respondem os ministros de sua livre escolha.”
É impossível expressar satisfatoriamente a vontade de uma ideia abstrata como o “povo” que não passam de um monte de grãozinhos em um deserto confuso e perdido.
Os funcionários de uma lojinha, frequentemente assaltada por malfeitores, muita das vezes protegidos pela Esquerda, têm seus motivos para votar no Bolsonaro, um punitivo.
Assim como uma família de classe social baixa que nescessita de benefícios para se manter em dignidade, tem os seus motivos para votar no Lula. Esses apenas buscam solucionar seus problemas particulares. Os grupos naturais como a família e classes profissionais possuem interesses concretos, e ambos esses interesses podem ser atendidos por meio de uma democracia com base nas Corporações de Ofício.
Agora, ficamos com um trecho de Tasso da Silveira:
“P. Pascal considera o regime corporativo, entendido em seu sentido largo e elevado, como o regime natural da Sociedade Humana. “Há sobre a Sociedade, diz ele, duas concepções absolutamente diferentes. A primeira, a que chamarei materialista e mecânica. A segunda, viva e orgânica. Para os sustentadores do primeiro sistema, a Sociedade é uma aglomeração de átomos individuais, mais ou menos engenhosamente arranjados pela mão de ferro do Estado, um mecanismo de roldanas que se engrenam umas nas outras, e que obedecem à impulsão de um motor central.
Para os outros, a Sociedade é um conjunto de grupos vivos, luminosamente coordenados em vista de um fim geral, tendo cada um a sua função própria e sua autonomia relativa.
Olhemos, não para abstrações vazias da realidade dentro de nós, mas para as próprias coisas a nossa frente, tais como elas se desenvolvem no curso da história, e veremos que uma sociedade é um imenso organismo corporativo, a partir dessa primeira corporação natural e necessária que é a família até a grande corporação, o Estado, passando por essas corporações intermediárias, filhas da primeira, origem da última: as comunas, as províncias, sem esquecer as associações profissionais, que agrupam os homens votados as mesmas ocupações e tendo, por consequência, os mesmos interesses.” – Tasso da Silveira, o Estado Corporativo.
Autor: @CristianIntegro.
Nota:
[1] Com classes, Plínio Salgado não quer dizer Classe Social, mas grupos de profissionais que exercem alguma função na sociedade. Ex.: Eletricista, Metalúrgico etc…