A política do Pão e Circo, historicamente, surgiu em Roma. O Império fornecia algumas migalhas de pão e trigo aos populares enquanto os mantinha entretidos com espetáculos de gladiadores nas arenas. Era a melhor forma de manter a população anestesiada diante das misérias. O que isso tem a ver com as atualidades do Brasil e do mundo contemporâneo? Tudo!
Atualmente, nesse mesmo instante, no qual escrevo esse artigo, mais precisamente na noite do dia 6 de maio de 2024, às 21h36, o povo gaúcho enfrenta a maior tragédia climática de sua história. Dos 497 munícipios, são por volta de 360 cidades atingidas pelas chuvas. Segundo o Boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, são 85 o número de óbitos, 339 feridos, 134 desaparecidos, 153.824 estão desalojadas e 47.676 foram para abrigos temporários, e um milhão de pessoas afetadas em todo o Estado. Enquanto milhares e milhares de famílias perdem suas casas, seus familiares, amigos, suas conquistas, seus trabalhos, suas cidades; boa parte das atenções se voltaram para o “show artístico” de Madonna que evidentemente se configurou como um verdadeiro espetáculo pornográfico e satanista à céu aberto em Copacabana. Os gastos de 60 milhões com um espetáculo de exaltação ao profano, ao feio, à imoralidade e, principalmente, de ataques à fé cristã, em meio ao ambiente de comoção e mobilização nacional em prol do povo gaúcho, é um ultraje, um verdadeiro desrespeito a todo o povo brasileiro. Especialmente, à todos do Rio Grande do Sul.
Algo similar acontece em meu Estado, Ceará. Em Pires Ferreira, cidade à 284Km da capital, com 10.000 habitantes, já foi anunciado pela prefeita da cidade o festejo “Pires Ferreira Festeiro 2024”, na qual a principal atração da festa custara aos cofres públicos 800 mil reais. Isso só a atração principal! Sendo assim, tudo indica que os gastos da prefeitura de Pires Ferreira com o tal festejo deverá chegar na casa de mais de um milhão de reais. O munícipio supracitado é considerado o 5º mais pobre do Brasil e o 1º mais pobre do Ceará. Mesmo diante das atuais realidades dessa cidade e sem nenhuma melhoria para a população, a preocupação dos governantes, seja da esfera municipal até a federal, sempre é manter o “Circo” de forma permanente para anestesiar a população bestializada pelos instintos e mantê-los desligados dos reais problemas sociais e políticos de nosso país e do mundo.
Esse estado “Panen et Cirsenses” leva a cada dia, passo a passo, a nossa Nação à uma destruição coletiva em todos os pontos de vista e sentidos. Os casos que aqui relato nesse simples artigo, que envolvem as cidades de Copacabana e de Pires Ferreira correlacionando os mesmos com a tragédia no Rio Grande do Sul e a extrema pobreza da cidade interiorana do Ceará, não são isolados. São, sim, ótimos exemplos de como funciona esse óbvio plano de manipulação, animalização e idiotização de todo um povo. Particularmente, de sua juventude, lançada na indiferença pelos estudos, pelos deveres que lhes competem, pelos legítimos direitos a serem reivindicados, pelos nobres ideais que elevam a personalidade humana, pela família, pela fé e pela dignidade.
O brasileiro no decorrer do cotidiano diário é esmagado sem nem que perceba por esse sistema de governo podre que torna os cidadãos do Brasil em pessoas cada vez mais cegas e amordaçadas pela ignorância que traz essa embriaguez do “Pão”, ou seja, das migalhas que o governo oferece ao povo brasileiro, como é, por exemplo, a série de auxílios e assistencialismos pelos quais os governantes usam para manipular o povo, tornando-o apenas uma massa desequilibrada e desesperada por cada vez mais assistencialismos. É só uma das maneiras de, maquiavelicamente, formar um curral eleitoral e tornar esse amontoado de pessoas massificadas em escravos desses auxílios. Dado o “pão” necessário, aí é introduzida a parte do “circo”, como já percebemos claramente ao longo desse texto. Shows “artísticos”, festejos, realities, carnavais e uma série de outros meios pelos quais o governo vai cada vez mais tornando o povo cego de suas próprias necessidades mais imediatas. Francamente, o que temos para comemorar? Extrema pobreza de milhares de cidades do nosso país, corrupção, impunidade, criminalidade, desrespeito à família, às tradições e ao sagrado; tragédias como a que está ocorrendo nesse instante no Rio Grande do Sul; falta de investimento na educação, cultura, ciências, defesa. É notável o desprezo que a elite guiada pelo espírito da burguesia tem pelo Brasil e tudo o que representa genuinamente o povo brasileiro.
Diante de tanto desrespeito ao nosso povo, dor e sofrimento que o mesmo vem sofrendo a tanto tempo, eu ainda tenho esperança e, principalmente, fé em Deus. Os olhos de todos os brasileiros de boa vontade e que clamam por justiça, respeito e liberdade, estão voltados aos nossos irmãos gaúchos. Orações, preces, voluntários, ajudas e colaborações de todas as espécies estão sendo enviadas de todas as regiões da nossa imensa carta geográfica para atender da melhor maneira possível as necessidades e realidades das pessoas que foram afetadas pela tragédia. Essa é a demonstração mais simples, sublime e pura do que é o Brasil Autêntico, do que é o Brasil em sua realidade. Esses brasileiros serão, no futuro, em um futuro breve, os obreiros de uma segunda independência do nosso país. Serão esses nossos irmãos e irmãs, independente de suas ascendências, crenças, cor, nível social e econômico, que destruirão de uma vez por todas esse teatrinho podre e fajuto da falsa política, da falsa democracia. Serão esses que irão banir para sempre o pão e o circo do cotidiano da vida dos brasileiros. Feito isso, o Brasil dará um dos passos mais importantes em toda a sua história para uma real e total libertação dos grilhões que nos prendem à essa condição de miséria.
Todo respeito e solidariedade ao povo gaúcho!
Por um Brasil forte, unido e independente!
Anauê!
Autor: Carlos Ribeiro.