O Integralista

O Integralista é o soldado de Deus, da Pátria e da Família, o bandeirante de Cristo e da Nação, que construirá um Grande Império e restaurará, no Brasil, a autêntica Civilização Cristã.

O Integralista é o legionário da Fé e da Brasilidade, o Homem Novo desta Grande Nação do Ontem e do Amanhã, que, com têmpera de apóstolo e de combatente, derrotará o ceticismo, a apatia, a descrença, a covardia, o hedonismo e a avareza, fazendo triunfar o Espírito Nobre sobre o Espírito Burguês, Cristo sobre Mammon e o Bezerro de Ouro, Ariel sobre Calibã.

O Integralista é o contemporâneo do Porvir, que, defendendo os augustos valores do Passado, combate no Presente para se tornar senhor do Futuro. É, pois, aquele que se serve do Hoje para unir o Ontem ao Amanhã, tendo, graças ao conhecimento da História e da Tradição, sabedoria acumulada ao longo dos séculos e das gerações, a amplitude de visão necessária para efetivamente compreender os acontecimentos da hora que passa e antever aqueles dos dias vindouros. É, em uma palavra, o caminheiro do Pretérito, do Presente e do Porvir, que sabe buscar nos grandes exemplos do Ontem a seiva que vivifica a fé edificadora do Amanhã.

O Integralista é o cavaleiro da Nova Reconquista, da Nova Cruzada dos Tempos Novos, em que os inimigos não são as hordas maometanas, mas sim as hostes do materialismo e do Espírito da Burguesia, agentes, conscientes ou não, dos fariseus que controlam a internacional dourada e a internacional vermelha, da vil choldra de argentários que escraviza todas as Nações do Orbe e que se banqueteia, surda ao clamor e aos gemidos das multidões despossuídas.

O Integralista é o arauto da Justiça, da Ordem, da Disciplina, do Bem Comum, da Harmonia Social, da Autoridade e da Liberdade, o paladino da Sociedade Orgânica e dos Grupos Naturais que a compõem, dos quais o primeiro e mais fundamental é a Família.
O Integralista é a pedra viva do Estado Integral, que não é senão o Estado Ético, antitotalitário e antiindividualista, meio e não fim da Pessoa Humana, e, nas inspiradas palavras de Plínio Salgado, “o Estado que vem de Cristo, inspira-se em Cristo, age por Cristo e vai para Cristo”[1].

O Integralista é um modelo de sacrifício e de abnegação em prol da Nação, que ama acima de tudo, exceto de Deus e dos princípios morais e sociais decorrentes da Sua Lei, estando disposto a tudo dar ao Brasil, inclusive a vida, sem nada pedir em troca e, como salienta Gustavo Barroso, a regar as “Sagradas Tradições Cristãs do Brasil”, se necessário for, com o “próprio sangue para que melhor resplandeçam no futuro”[2].

O Integralista é, por fim, aquele que, como seus maiores que a seu lado caminham, ombro a ombro, prefere quebrar a vergar e, como o papagaio do Ganges, do velho mito narrado nas páginas do Tripitaka e evocado por Gustavo Barroso[3], está sempre cumprindo o seu dever, não se preocupando com os resultados.

Por Cristo e pela Nação!

Autor: Victor Emanuel Vilela Barbuy | Secretário Nacional de Assuntos Jurídicos da Frente Integralista Brasileira.
Artigo originalmente postado em “Ação!”, Ano II – N°06 – Janeiro/Fevereiro de 2012.

Notas:

[1] SALGADO, Plínio. Cristo e o Estado Integral (peroração de discurso proferido a 12 de junho de 1937, na Sessão Soleníssima das Cortes do Sigma). In Idem. O Integralismo perante a Nação. 4ª ed. In Idem. Obras Completas. 2ª ed., vol. IX. São Paulo: Editora das Américas, 1959, p. 201.

[2] BARROSO, Gustavo. Breviário do Camisa Verde. Apud Idem. Comunismo, Cristianismo e Corporativismo. Rio de Janeiro: Empresa Editora ABC Limitada, 1938, p. 99.

[3] Idem. Espírito do século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S/A, 1936, pp. 289-290. Segue, nas palavras de Barroso, a história do papagaio do Ganges: “Certa vez, um papagaio, regressando à floresta onde morava, nas margens do Ganges, pousou instantes numa árvore da montanha próxima. E todos os animais que ali viviam o receberam com as melhores provas de agrado, pedindo-lhe muito que ficasse vivendo com eles. O papagaio recusou polidamente, mas não esqueceu aquela boa acolhida.

Tempos depois, temeroso incêndio irrompeu nas matas dessa montanha e começou a devorá-las rapidamente. Todos os animais, loucos de pavor, fugiam ou gritavam. As fêmeas corriam aos ninhos para salvar os filhos. O papagaio, vendo o que se passava, ficou muito aflito. Correu ao rio, meteu-se na água e começou a voar sobre as chamas. Com a água que conseguia trazer nas penas das asas aspergia o fogo, a fim de apagá-lo. Ia ao rio e vinha incessantemente, repetindo essa manobra, quando um abutre do pescoço pelado, que calmamente esperava o fim do incêndio para devorar os pobres bichos grelhados, lhe disse com risinho de zombaria:

– Ó papagaio, que tolice é essa que estás fazendo? Não vês que esses pinguinhos de água não extinguirão o incêndio da floresta? O papagaio replicou-lhe com desprezo:

– O que menos me preocupa, abutre, é o resultado. Estou cumprindo meu dever”.

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