A Independência do Brasil

“Estava a pequena comitiva ao lado do riacho Ypiranga: havia parado para refresco. Eram 4 da tarde de um sábado de sete de setembro. O Príncipe irritou-se à medida que se inteirava das novas ordens; sentiu-se humilhado. E o brado de Independência ou Morte ecoou grave e sincero. Não traduziu uma atitude impensada, mas sim o epílogo no processo de maturidade política.” 
– Uma Visão Panorâmica da História do Brasil

O dia Sete de Setembro de 1822 foi um marco histórico: torna-se independente a Nação Brasileira. Após um grande período de amadurecimento fazendo parte do Império Português, a Terra de Santa Cruz viu-se incumbida de liderar uma Nova Civilização, situada no Novo Mundo, diferenciando-se das terras anglo-saxãs, imbuídas de um Capitalismo torpe. O Brasil é a Nação evangelizadora do Novo Mundo, herdando a histórica missão de Portugal, pátria pioneira do Estado-Nação, que desbravou os mares para Evangelizar os povos. Pero Vaz de Caminha, durante o Descobrimento, revelava o caráter Evangelizador e Cristão das expedições, redigindo a seguinte Carta:

“… o melhor fruto que dela [Terra] se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. — E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui pousada pera nessa navegação de Calecut [isso] bastava. Quanto mais disposição pera se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber — acrescentamento da nossa santa Fé!” (CIDADE, 1963. P150)  

Já nos primórdios da Nação, via-se que aqui seria o berço de uma Nova Civilização, intrinsecamente Espiritualista e Cristã. A missão do Brasil para com o mundo será a de Evangelizar, de derrubar a pseudo-civilização Materialista, destruidora das liberdades e desmoralizadora, a grande nemesis dos bons costumes, da moral, da Fé e do Espírito. O Brasil deve começar a grande obra de catequese não apenas Nacional, mas Continental. O Materialismo, como se bem sabe, assola todas as Nações do mundo. A Reação Espiritualista do Brasil deve ser, igualmente, Latino Americana. O ilustre pensador Plínio Salgado afirma que a América do Sul irá se erguer pelo Brasil. Um espírito novo haveria nascido na América do Sul. Nascido em Terras Brasileiras.[1] Nas páginas patrióticas de A Quarta Humanidade, o Chefe Nacional afirmava que o começo do século XX era de anarquia e de confusão caótica. Com o avanço da história, provou-se que o século das Guerras Mundiais foi de caos. Atualmente, no início do século XXI, o diagnóstico permanece o mesmo. Alguma coisa realmente está morrendo: a Humanidade Ateísta.[2] A Terceira Humanidade (Ateísta) já está decadente, caquética, tentando sobreviver e justificar sua existência com o avanço tecnológico, mas assim como foi no século passado, o Espírito continua sendo ignorado. A concepção soviética de que o Homem é apenas uma máquina de comer e fazer sexo é reinante. É necessário marcharmos para a Quarta Humanidade; é necessário, como dito nas palavras da Túnica Jogada aos Dados, que o rumor dos dados dos soldados romanos aos pés da Cruz desperte-nos.[3] Espiritualizar: esta é a palavra de ORDEM do Século XXI, palavra esta que também guiava os Desbravadores da Terra:

“Como perante a acção  dos guerreiros, também perante a dos missionários são os representantes do pensamento português, são quantos receberam da faculdade de escritores o dever de cura de almas, solidários com os que melhor realizam o ideal mais alto da Nação – a dilatação da civilização cristã.” (CIDADE, 1963. P216)

Esta é a missão histórica do Brasil. Ou a cumprimos, ou desapareceremos. 

DIGA AO POVO QUE FICO

A ideia de Brasil forte e independente, diferente do que se dissemina, não foi fruto posterior a 1822. Dom João VI tratou, durante sua regência, de criar as mais importantes instituições Brasileiras que dariam bases ao Império futuramente. Já assentava as bases do comércio externo, indústria e imprensa, criando a Impressão Régia, imprimindo o primeiro jornal, Gazeta do Rio de Janeiro, junto com a primeira revista, O Patriota, órgãos ministrados por Manuel Ferreira de Araujo Guimarães, que posteriormente começaria a publicar O Espelho. Em terras britânicas, Hypolito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça redigia Correio Braziliense (1808), que, de acordo com Andréa Frota, “muito influiu na elaboração da Independência.”[4] Além disso, criou o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional, a Academia Militar e um exército autenticamente organizado.[5][6]

Reconstituição do fardamento do soldado da Brigada Real da Marinha em 1808 (Uma Visão Panorâmica da História do Brasil)

Neste período, o Brasil já estava independente de Portugal. Dom João VI já nutria muitíssima simpatia pelas terras Brasileiras, como evidenciado por Pedro Calmón, nas seguintes palavras: “…D. João se despedia — como da porção melhor da sua existência — da cidade que o abrigara carinhosamente, dos seus festivos panoramas que encontrara, há treze anos, tão vazios, e deixava tão mareados da nova civilização, da riqueza que aí distribuíra”.[7] Como já disse L. Bittencourt, Dom João VI já era um Brasileiro por excelência. Tanto se dedicou pela abençoada Terra de Santa Cruz, plantando a semente de um futuro Império. O Brasil já amadurecia como uma Nação independente. O Príncipe Regente do Brasil (que em 1815 deixava de ser Província e se tornava Reino), Dom Pedro I encontrava-se em período de tensões com Portugal. As Cortes Portuguesas constantemente atacavam a Soberania Nacional, chegando a casos extremos de, nas palavras do deputado Manuel Borges Carneiro, “subjugar e escravizar” os Brasileiros.[8] A Independência se tornava apenas uma questão de tempo. Então, no dia 9 de Janeiro de 1822, Dom Pedro I proferiu as seguintes palavras: 

“Como he para bem de todos, e felicidade geral da Nação, estou prompto: diga ao povo que fico.”
– Termo de Vereação do Dia 9 de Janeiro de 1822

O primeiro Ato de Independência do País.

O GRITO DO IPIRANGA

Após o Dia do Fico, as tensões entre Portugal e Brasil aumentaram. Já quase se desencadeavam conflitos entre forças leais ao governo Português e Patriotas Brasileiros. O Brasil estava amadurecido, andava com suas próprias pernas. Já era a hora de cumprir seu destino histórico. Enquanto isso, as Cortes Portuguesas ainda exigiam que o Brasil retornasse ao status de mera Colônia, e ainda ameaçavam o Príncipe de extraditá-lo a força.[9] No dia 7 de Setembro de 1822, Dom Pedro I, mesmo ciente de toda a tensão, bradou a todos os quatro cantos do mundo:

“INDEPENDÊNCIA OU MORTE!”

LIÇÕES DE PATRIOTISMO

Bandeiras históricas passam em frente ao camarote das autoridades às 09h08 em Salvador — Foto: Natally Acioli/g1

Em 2022, a Nação Brasileira fez Duzentos Anos de Independente. É de conhecimento público que nossa Nação passa por tempos difíceis, de sectarismo partidário, Esquerda contra Direita. Mas, nas lições sábias de Joaquim Nabuco, que aprendera na Inglaterra, o Patriotismo exige que o espírito de partido jamais deve estar acima da responsabilidade com a Pátria. O que renova e purifica o Patriotismo seria a responsabilidade do homem com Deus.[10] O Brasil é uma Nação, em sua essência, Cristã. Apesar disto, não significa que Brasileiros de diversas fés não possam demonstrar Patriotismo e amor pela Pátria Brasileira. Miguel Reale em Atualidades de um Mundo Antigo, dizia sabiamente que “só a religião cristã […] podia distinguir o que no mundo pagão sempre estivera confuso: a religião e o patriotismo.”[11] O caráter Civilizacional do Brasil deve ser assim. O mesmo pensador afirmava em Atualidades Brasileiras que nosso Patriotismo se exprime nas belezas e riquezas da terra: “A terra aos olhos dos brasileiros surge sempre como um desenrolar de distâncias.”[12] 

A virtude do Patriotismo, infelizmente, se tornou algo de poucos. O atual Estado demoliberal não se preocupa se o jovem ama seu país; ama a sua religião ou se ama a sua família. Por que se importar se isto não gerará lucro? Prioridades! O jovem não odeia o Brasil pelo o que ele é. Ele o odeia pelo o que ele não é. Não se conhece a Cultura Nacional, as raízes Luso-Ibéricas, Indígenas, Africanas e afins. Conhece-se apenas estrangeirismo. Se odeia a língua nacional por mera questão de preguiça, de “simplicidade”. Ignoram por completo a beleza do Português, língua rica, verdadeiramente poética! Idioma de Camões, de Anchietta, de Machado de Assis, de Plínio Salgado. Não se conhece o lindo Poema da Fortaleza de Santa Cruz, verdadeira Carta de amor ao Brasil, escrita pelo perpétuo Chefe dos camisas-verdes.

Somos dependentes.

E é por isso que necessitamos de uma Nova Independência. O Brasil precisa se libertar das amarras do Capitalismo. No século XX, bravamente, os camisas-verdes lutaram contra o Perigo Vermelho. E esta é a nossa atual missão: lutar contra o Capitalismo! O cadáver pútrido do Marxismo caiu, já corroído pelo seu próprio veneno, em 1991, quando o império diabólico da União Soviética sucumbiu. Mas o Capitalismo Internacional continua a nos escravizar, pelas suas centenas formas de subjugação econômica. O primeiro ato de luta direta contra o Capitalismo Internacional foi em 1938, com camisas-verdes tentando reinstaurar o regime democrático para que houvessem eleições justas. Uma luta contra o Estado Novo de Getúlio Vargas, que, por ordem de Roosevelt, havia fechado a Ação Integralista Brasileira. 

Devemos continuar esta luta.

O Integralismo, como doutrina da esperança, defensora da tríade DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA, lema este já preconizado por Santo Ambrósio[13], tem o dever de acordar o nosso povo para a luta contra o capital internacional, que com seu caráter dinamizador, tem atentado contra todos os valores genuinamente Brasileiros.

Neste Sete de Setembro, devemos refletir e lembrar da nossa missão histórica evangelizadora, Civilizacional. Nas sábias palavras de Gustavo Barroso, o Brasil irá ser uma grande República Imperial, um grandíssimo Império Cristão,[14] e carregando o estandarte do Sigma, a levará a boa nova para todos os povos da América. Plínio Salgado já notara a relação do Brasil com a Cruz. Não apenas o Cruzeiro do Sul que nos abençoa, mas a nossa própria cartografia: uma Nação que esquematicamente tem o formato de uma Cruz.[15] Esta Nação da Cruz deverá ser a Potência entre as Potências.

Lutemos pela Pátria Brasileira, pela sua Segunda Independência, econômica e cultural. Com a ajuda de Deus, triunfaremos.

Pelo bem do Brasil, ANAUÊ!

Autor: J.M.

Notas:

[1] SALGADO, Plínio, A Quarta Humanidade. São Paulo: Editora das Américas, 1955. p. 160.

[2] Ibid., p. 63.

[3] SALGADO, Plínio,”Mensagem às pedras do Deserto”. O Pensamento Revolucionário de Plínio Salgado. São Paulo: Editora Voz do Oeste, 1988. p. 94. 

CIDADE, Hernani, A Literatura Portuguesa e a Expansão Ultramarina. Coimbra: Arménio Amado, Editor, Sucessor, 1963. págs. 150-216

[4] FROTA, Guilherme de Andréa, Uma Visão Panorâmica da História do Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.], 1983. pp. 167-168

[5] BITTENCOURT, Leonardo. A verdadeira história da Independência. Rio de Janeiro, s.d. Disponível em: https://integralismo.org.br/historia/a-verdadeira-historia-da-independencia/. Acesso em: 27 de julho de 2023.

[6] Op. cit.
[7] BITTENCOURT, Leonardo. A verdadeira história da Independência. Rio de Janeiro, s.d. Disponível em: https://integralismo.org.br/historia/a-verdadeira-historia-da-independencia/

[8] Ibid.

[9] 07 DE SETEMBRO – Dia da Pátria – Proclamação da Independência (1822) Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército. Disponível em: http://www.dphcex.eb.mil.br/noticias/2-uncategorised/302-21-de-fevereiro-dia-da-patria-proclamacao-da-independencia-1822. Acesso em: 27 de julho de 2023.

[10] NABUCO, Joaquim, Minha Formação. Rio de Janeiro: Livraria JOSÉ OLYMPIO Editora, 1957. p. 118.

[11] REALE, Miguel, Obras Políticas (1ª Fase – 1931/1937). Volume I. Brasília: UnB, 1983. p. 71.

[12] REALE, Miguel, Obras Políticas (1ª Fase – 1931/1937). Volume III. Brasília: UnB, 1983. p. 149.

[13] FIGUEIREDO, Jackson de, Do Nacionalismo na Hora Presente. Rio de Janeiro: Livraria Católica, 1921. p. 26.

[14] BARROSO, Gustavo, O Quarto Império. Rio de Janeiro: Livraria JOSÉ OLYMPIO Editora. p. 175.

[15] SALGADO, Plínio, O Integralismo na Vida Brasileira. Brasil: Nova Offensiva, 2021. p. 216.

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