Nacional Viralatismo

Um dos piores defeitos do povo brasileiro há muito tempo é o chamado “viralatismo”. Isso tornou-se uma espécie de subcultura que vem arruinando a mentalidade do brasileiro. Isso é perceptível até nos mínimos detalhes, seja na culinária, na decoração, na moda, nos costumes. Isso piora quando chega na política interna e externa, pois traz graves consequências para toda a nação por um largo período, assim desgastando décadas e gerações. Tudo isso é um fruto latente do cosmopolitismo e do desconhecimento que o brasileiro tem sobre si próprio.

O viralatismo está na direita neoliberal e bolsonarista quando vão às ruas erguendo bandeiras dos Estados Unidos e Estado de Israel, pedindo intervenção desses dois países, ou batendo continência para seus símbolos nacionais. A bandeira nacional brasileira é deixada de lado como coadjuvante, ou até mesmo presa ao pescoço de um cachorro “caramelo”, um viralata. É importante deixar evidente que esses dois países já impediram o crescimento e o sucesso do nosso país inúmeras vezes mediante incontáveis boicotes à nossa economia, indústria bélica e, expansão científica e tecnológica; mas, os “patriotas” de Jair Bolsonaro não querem saber disso, e até acham aceitável uma intervenção desses países, negociando nossos recursos estratégicos para essas duas nações extremamente imperialistas com sede cada vez mais insaciável de poder financeiro e militar.

A esquerda brasileira, fragmentada em diversos partidos, movimentos, coletivos, e infiltrada em várias associações de bairro, cooperativas e sindicatos de classes, é tão vira-lata quanto a direita moderna brasileira. Isso é notável desde seus elementos de propaganda e simbologia, até seus discursos e pensamentos. Em suas manifestações, elevam sempre as bandeiras do antigo Estado Soviético, ou bandeiras de outras nações que as representam, como China, Cuba, e por grande incoerência, da Palestina e do grupo terrorista Hamas. Além disso, e da exaltação de grupos terroristas e de ditadores, algumas dessas nações já trabalharam contra o Brasil inúmeras vezes, utilizando seus partidos como verdadeiros satélites da causa comunista, e também, enviando espiões para se infiltrarem em nosso país.

Há ainda no Brasil, grupos ideológicos pró-Palestina, pró-Israel, pró-Rússia, pró-Ucrânia, mas, ironicamente, parece que não existem grupos que sejam legitimamente pró-Brasil em primeiro lugar. É notável como o brasileiro fica em último lugar até dentro de seu próprio país.

Certo! E os nacionalistas brasileiros, onde estão?

Este que vos escreve acompanha de perto o surgimento de vários fóruns e grupos de debates nacionalistas desde 2016. Vi inúmeras iniciativas surgindo e, em pouco tempo, falindo. Nos anos seguintes, filiado à Frente Integralista Brasileira, e me aproximando cada vez mais do meio integralista, e observando de perto várias outras desses grupos e pseudo-movimentos surgindo, ficou-me evidente um grande problema: o mesmo viralatismo.

As iniciativas que surgiram, e morreram, e que ainda surgem de vez em quando, na maioria das vezes capitaneadas por uma juventude nacionalista, mais sentimental do que estudada e prática. Dessa maneira, esses jovens se agarram a slogans e propagandas de movimentos e regimes nacionalistas de outros países, e o pior, de movimentos e regimes exóticos e que pouco condizem com as realidades do povo brasileiro. Nesses círculos, pouco se fala do Integralismo e de Plínio Salgado; da Ação Imperial Patrianovista, e de Arlindo Veiga dos Santos; de Olbiano de Melo e seu Nacional Sindicalismo. Devo crer que Dr. Enéas Carneiro e o PRONA só são destacados em todos esses meios, pois foi a iniciativa nacionalista de maior pujança nos últimos 40 anos, senão já teria sido ofuscado nas conversas desses grupos para darem holofotes a Degrelle, Mussolini, Franco, e muitos outros líderes nacionalistas europeus dos anos 1930 e 1940. Geralmente, nesses meios, quando se fala de Plínio Salgado, sempre surgem comentários de deboche, escárnio e de descrédito direcionados ao Integralismo e seu fundador; quando se fala de Olbiano de Melo e Arlindo Veiga dos Santos, poucos realmente sabem quem foram esses brasileiros e suas iniciativas.

Esse problema é derivado de alguns fatores: 1º) O brasileiro, em geral, está cada vez mais ignorante até mesmo do próprio idioma, quem dirá da própria história e política. Antes de tudo, isso deve ser encarado como uma crise educacional de graves proporções para o presente e o futuro; 2º) As aparentes adesões ao Nacionalismo nesses últimos tempos se devem mais aos fatores de uniformidade estética e de propaganda, do que necessariamente, de firmes convicções das ideias assumidas, e das realidades nacionais; 3º) Militância virtual em excesso, e nenhuma militância de ação prática. A militância nacionalista não se faz somente em redes sociais. Os meios virtuais são apenas instrumentos de articulação, comunicação e propaganda. A verdadeira militância está na mobilização de esforços para estudos, análises, organização de debates, conferências, seminários, publicações de livros, ações culturais e sociais. O verdadeiro sucesso de uma iniciativa nacionalista está principalmente em despertar o povo e educá-lo; 4º) A falta de preocupação e de esforços para estudar as bases do Nacionalismo brasileiro e suas teses. No lugar disso, os textos e teses que recebem maiores atenções são documentos históricos e ideológicos produzidos por franceses, italianos, alemães, portugueses, romenos, espanhóis, ainda datados do início do século XX. Quando não são esses os assuntos levados a debate nos grupos e fóruns ditos nacionalistas, são assuntos históricos sem muita relevância relacionados à Segunda Guerra Mundial; 5º) Falta de estudos relacionados às realidades do Brasil e do mundo. O Brasil está cada vez mais se arruinando na miséria intelectual, moral, material e espiritual, e da mesma forma toda a civilização ocidental está se arruinando. Esse é o momento em que todos os nacionalistas, não só no Brasil, deveriam estudar seriamente as causas desse caos que perturba tanto a nossa geração, e poder assim, agir fazendo frente a todos os inimigos da fé, da liberdade, das soberanias das nações e dos povos livres. Entretanto, ainda se vê muitos falando em temas surrados e defasados, a exemplo da “Questão Judaica”, tema amplamente debatido entre os anos 1910 a 1940, mas nesse momento já ultrapassados quando temos à vista questões muito mais sérias e preocupantes, como as pautas identitárias e agenda woke, abortismo, legalização de drogas, pornografia, perseguição ao Cristianismo, e outros graves problemas de caráter seja nacional, ou até mesmo civilizacional; 6º) Todos aqueles que se afirmam nacionalistas e patriotas aqui no Brasil, deveriam estudar, respeitar, colaborar e/ou aderir mesmo ao Integralismo de Plínio Salgado, pois em caráter de representação e ação nacionalista no Brasil, nunca fizeram tanto pelo bem do povo e da nação, quanto os integralistas fizeram desde sua fundação em 7 de outubro de 1932. Os estudos nacionalistas realizados em nosso país deveriam mesmo ser realizados sob uma perspectiva integralista. 

Eu poderia enumerar outros grandes fatores que vêm prejudicando o ativismo nacionalista no Brasil, mas creio que isso já deve bastar a você, leitor, para ter uma boa compreensão de toda essa problemática e, claro, poder fazer uma reflexão sobre tudo isso.

Definitivamente, o problema não está em estudar outros movimentos, teses, regimes, programas, filosofias; não é em estudar a história de outros países, e outros pensadores, e nem em ter seja uma admiração pessoal por alguns dispositivos de uma doutrina ou programa estatal; mas é, sem dúvidas, realizar um esforço e gastar tempo buscando a solução dos nossos problemas em teorias alheias ao nosso tempo, e em movimentos e doutrinas estranhas à nossa realidade e ao nosso país nos tempos atuais. Ter consciência disso é importante para não fazermos com que a causa nacionalista brasileira caia em descrédito diante do Brasil e do mundo.

Autor: Carlos Ribeiro, colunista e correspondente da Nova Acção no Ceará.

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