Recentemente foi publicado no canal do Sr. Marcelo Andrade um corte do Caravelas Podcast, chamado “O INTEGRALISMO BRASILEIRO FOI FASCISTA?!“, onde o convidado, Sr. Wallace Honorato, tratou durante 14 minutos sobre o Integralismo e Plínio Salgado. Infelizmente Wallace Honorato teve uma retórica e abordagem totalmente infeliz e miserável sobre o assunto em questão. Algo natural da retórica e lógica liberal.
Logo no segundo 0:22 do corte do podcast, Honorato afirma propositalmente querer fazer um paralelo entre o Integralismo e o Nacional-Socialismo alemão, cometendo um erro ridículo ao afirmar que a fundação da Ação Integralista Brasileira foi realizada dias após a ascensão de Hitler ao poder. Não é necessário ser um profundo estudioso do tema para saber que a Ação Integralista Brasileira foi fundada em 7 de outubro de 1932, após longos meses de estudos e pesquisas. Sabemos bem que a formação do pensamento integralista brasileiro surgiu bem antes de 1932, através da atuação de Plínio Salgado na literatura durante a Semana de Arte Moderna, na cultura, e na formação política através da imprensa, ainda no jornal A Razão, em 1931. Hitler se tornou chanceler da Alemanha em 30 de janeiro de 1933, e só veio a se tornar Führer do III Reich, tendo poderes absolutos, só em 1934, ou seja, dois anos após a fundação da Ação Integralista Brasileira e do lançamento de seu manifesto. Logo após, faz rasas comparações entre Integralismo e Fascismo, mas ao mesmo tempo sem se aprofundar na própria explicação. Sendo assim, Honorato passa um terrível vexame para alguém que se declara professor e pesquisador. E claro que durante a tremenda trapalhada não podia faltar o sorrisinho irônico e boçal dos dois senhores que apresentavam sobre o assunto no dia. Olavo de Carvalho tinha uma ótima citação para quem usa sorriso e deboche como argumento, mas não replico tal citação para não constranger o caro leitor.
A partir do segundo 0:45, Honorato afirma sobre a Ação Integralista Brasileira: “um movimento absolutamente ridículo em todos os sentidos, que tentou buscar noções capengas de nacionalismo brasileiro”. Agora ficam algumas perguntas: que noções capengas de nacionalismo? Jackson de Figueiredo, Domingos Jaguaribe, Pandiá Calógeras, Farias Brito, Oliveira Viana, Oliveira Lima, Olavo Bilac, Gonçalves Dias, Alberto Torres e José de Alencar seriam “homens capengas”? A produção cultural, literária, filosófica e política desses homens seria algo capenga? As perguntas são feitas pois são esses homens e suas valiosas contribuições para com o nosso país que inspiraram Plínio Salgado e o surgimento do Integralismo. Honorato diz, surpreso, que “ironicamente isso deu muito certo”. Claro que daria certo, pois pela primeira vez um pensamento político e filosófico autenticamente brasileiro surgia ali de acordo com as realidades, necessidades e aspirações do povo brasileiro. Ninguém precisa ser simpático ao Integralismo ou a Plínio Salgado para afirmar que cada um dos grandes intelectuais aqui citados foram fundamentais para a formação da Nação brasileira.
Em determinado momento, mais precisamente no minuto 1:52 do corte, motivado por Marcelo Andrade, Honorato fala sobre Plínio Salgado da seguinte maneira: “Plínio Salgado, escritor Plínio Salgado. Por favor, se alguém quiser, ouça a voz de Plínio Salgado e veja a face do Plínio Salgado. Você pensar que aquele homem, aquele homenzinho desprezível, ergueu um movimento daquele tamanho em torno dele”. Só nessa breve e fuleira abordagem, Honorato comete mais um erro e uma patética contradição. Ora, primeiro, o movimento integralista é ridículo em todos os sentidos, mas pouco tempo depois é um “movimento daquele tamanho”. Logo a frente viria a tratar da forte adesão da Marinha do Brasil no Integralismo, na década de 1930, chamando o movimento integralista de “tacanho e patético”. Vemos claramente a triste incapacidade e despreparo que Honorato tem em dar continuidade ao assunto, sendo que não fazia sequer cinco minutos que o mesmo já falava de Integralismo. É algo fora da lógica acreditar que 90% da Marinha e boa parcela da população brasileira apoiaria um movimento sem expressão, sem identidade e idealismo próprio, como Honorato forçosamente quer dar a entender. O próprio chama Plínio Salgado de “homenzinho desprezível”, mas, quem é Plínio Salgado? É o homem que escreveu por volta de 80 livros, tendo como sua obra prima o livro Vida de Jesus, grande sucesso até hoje no meio católico, que nunca cansou de lançar elogios ao autor e seu trabalho sobre a vida do Filho de Deus, Jesus Cristo. Plínio Salgado foi o escritor responsável pelo sucesso do modernismo brasileiro, o romance O Estrangeiro, e outros grandes sucessos; Plínio Salgado foi o jornalista militante, tratando de formar política e culturalmente o povo brasileiro antes mesmo do surgimento da Ação Integralista Brasileira; Plínio Salgado foi o filósofo e homem de ação, que criou um pensamento genuinamente brasileiro e que enfrentou os comunistas face a face, correndo risco de vida a cada ato público, a cada concentração, a cada desfile. Plínio Salgado foi o político que sempre buscou representar bem sua cidade natal assim como o seu país. Plínio Salgado era o homem de cultura, de fé e ação, que o Brasil teve a felicidade de ter como filho. Plínio Salgado foi o homem que, mesmo sem diploma, só com o valor do caráter, da honestidade, da decência e da inteligência, conseguiu reunir mais de 1,5 milhão de brasileiros, só entre 1932 a 1937, isso desde os homens mais humildes e simples da cidade e do campo, até os homens mais influentes do país. Muitas das ideias e programas do “homenzinho desprezível”, foram implementadas durante as décadas posteriores ao surgimento da Ação Integralista Brasileira. Muitos foram os feitos de Plínio Salgado na literatura, na cultura, na política, em lutas contínuas pelo bem do Brasil e em combate contra o Comunismo, Nazismo e a influência perniciosa do Capitalismo Internacional. Plínio Salgado foi um dos grandes intérpretes da Brasilidade. Só um livro poderia abordar todos os feitos desse grande brasileiro, e destacá-los aqui seria cansativo para o leitor. Agora vos pergunto: quem é Wallace Honorato mesmo?*
Já próximo aos 10 minutos do maçante corte do Caravelas Podcast, Wallace Honorato afirma que o Getúlio Vargas se aproveitaria do suporte que o Integralismo o dava para realizar o Golpe de 10 de novembro de 1937, dando início ao Estado Novo, isso tudo pois Vargas teria “prometido” o Ministério da Educação a Plínio Salgado. Primeiramente, a Ação Integralista Brasileira não dava suporte a Getúlio Vargas, mas sim suporte em prol da defesa nacional, como foi provado em 1935, apoiando as Forças Armadas e Polícias em prol da derrota dos comunistas e fortalecendo o princípio de respeito as autoridades da Nação, ou seja, um pensando de caráter agregador em benefício do país e não o contrário. O Ministério da Educação realmente foi oferecido a Plínio Salgado, portanto, este recusou, deixando a vaga aberta para qualquer outro integralista, recomendando Gustavo Barroso. Após Plínio Salgado considerar a constituição de 1937 totalitária e fascista após minucioso estudo e pela desaprovação por parte dos integralistas, o Integralismo e os camisas-verdes passaram ser alvos de perseguição pela ditadura varguista. Assim sendo, mais uma afirmativa sem base de Honorato cai por terra.
Agora, particularmente, sobre Wallace Honorato, só tenho a dizer que não o conhecia, nem havia ouvido falar sobre esse senhor, até suas declarações sobre Plínio Salgado e o Integralismo repercutirem. Não sei dizer se o problema desse cidadão, seja ignorância do assunto em questão ou postura de mal caráter mesmo. Portanto, fica evidente a postura altamente rancorosa, deselegante, arrogante e boçal, que fez até com que pessoas que não tem nenhuma simpatia ao Integralismo e ao seu fundador no Brasil, criticassem sua postura que é de tudo, menos de um homem, de um educador sério. Calado realmente teria sido um poeta, como o ditado popular já diz.
Incrivelmente, mesmo nos exatos 130 anos de nascimento de Plínio Salgado, muitos atacam essa ilustre personalidade que soube tão bem trabalhar pelo bem do Brasil e dos brasileiros e que, incrivelmente, até hoje, é atacado e combatido, seja por comunistas, seja por liberais; seja por ignorantes, seja por gente desprezível e desonesta. Considero isso mais uma grande vitória de Plínio Salgado e de seus ideais. Plínio Salgado faleceu em 1975 e até hoje, os invejosos, ignorantes, e gente de mal caráter, o atacam desferindo insultos à moral, deboches, sorrisos sarcásticos, mentiras e calúnias. Os brasileiros de boa vontade que conhecem honestamente sua história e legado o tem admiração e respeito, e isso já basta.
Em conclusão, trago uma reflexão caros leitores. Todos nós passamos. Um dia havemos de partir, e todos nós esperamos que seja para termos paz eterna, e termos a grande graça e felicidade de podermos contemplar Nosso Criador. Plínio Salgado se foi já fazem quase 50 anos, e até hoje, é um homem amplamente lembrado por seu vasto e rico legado. Será que esses que hoje debocham de Plínio Salgado terá a mesma sorte, ou será que vão ser tão desprezíveis e vazios ao ponto de nem seus adversários se lembrarem de suas existências aqui nessa terra? Pois é…
Autor: Carlos Ribeiro, colunista e correspondente da Nova Acção no Ceará.
* N.E.: Tentei procurar em todo o canto informações sobre o relevantíssimo Wallace Honorato e não pude encontrar absolutamente nada, apenas cortes de podcasts em que ele provavelmente foi convidado por algum colega ou amigo. Para alguém que teve a capacidade de acusar um dos maiores movimentos nacionalistas da história, não apenas do Brasil mas também do mundo, de “tacanho”, é muito difícil conhecer os feitos do entrevistado.