O drama de Oswald Mosley

O Reino Unido é um país mundialmente reconhecido pelo seu liberalismo e modelo parlamentar já muito antigo. Mesmo que a existência de diferentes partidos seja permitida, o país vive, já há bastante tempo, uma espécie de bipartidarismo. Os Labourists do Partido Trabalhista e os Tories do Partido Conservador. Este cenário costumava ser um pouco menos polarizado, graças a existência de um terceiro partido, o Partido Liberal, mas que chegaria ao fim em 1922 com a última presidência liberal do país, de David Llyod George. Neste cenário político, se inicia a proeminência de um dos políticos mais influentes da Inglaterra no início do século XX: Oswald Ernald Mosley.

Líder Fascista em formação

Mosley era um membro da aristocracia britânica já muito respeitada, tendo herdado o título de “sir” pelos feitos de seus antepassados. Mesmo sendo membro de tal aristocracia, a vida de Oswald Mosley não era repleta de luxos, como era comum. Em sua autobiografia, afirma que sua mãe vivia em circunstâncias muito difíceis em que se tornava uma tarefa árdua conseguir prover comida e bom ensino aos seus três filhos.[1] Por viver em condições similares às do bretão ordinário, Mosley iria se tornar cada vez mais descrente dos métodos liberais de gerir a economia.

Na escola, Mosley se descrevia como “intelectualmente competente”, e já tinha contato, desde cedo, com os debates.[2] Passando-se o tempo, decide ingressar na carreira militar, por ter grande interesse em atividades físicas e entusiasta da superação das dificuldades desde cedo. Sua carreira como militar ia tomar um rumo completamente inesperado, assim como foi para a grande maioria da geração perdida. Em 28 de Julho de 1914, a Grande Guerra teve início, mudando o rumo histórico e político de todo o mundo.

Oswald Mosley iria servir no 16th Lancers, algo que iria lhe dar muito mais dor do que prazer por si só. Já obtendo experiência no campo de batalha, iria decididamente acreditar que o futuro dos “Fronts” seria no ar, o que lhe fez tomar a decisão de ingressar nas Royal Flying Corps. Prestando serviço na França, Mosley viria a sofrer de uma queda que iria mudar o rumo de sua vida. Com a queda de seu avião, sofre um dano irreparável em sua perna que viria a assolar ele até o fim de sua vida. A guerra teria um grande impacto em toda a sua forma de pensar e chegaria a ditar grande parte de suas futuras políticas. “A guerra pegou Mosley pela garganta e o forçou a ter uma concepção de vida imensuravelmente mais profunda.”[3]

Findada a guerra, Oswald Mosley inicia a sua carreira política. Ingressa no Parlamento em 1918 aos 21 anos de idade, no Partido Conservador, sendo um dos políticos mais jovens da época. Mesmo fazendo parte do partido de direita, Mosley não tinha muito em comum com as posições dos Tories. De acordo com o próprio, estava indo para a Casa dos Comuns apenas para ser um dos representantes da geração da guerra, “por esse propósito apenas.”[4] A escolha também seria considerada inevitável pelo seu fervente patriotismo, algo — como é muito bem sabido — frequentemente instrumentalizado pela direita. Nesta época, Mosley apoiava o então primeiro-ministro Lloyd George, fruto de uma coalizão Unionista-Liberal. Seu governo seria tão fracassado e economicamente inapto que viria a ser o último representante liberal a governar terras britânicas. Em 1920, Mosley encerra suas conexões com Lloyd George e oficialmente muda de lado.[5]

Em 1924, se junta oficialmente ao Partido Trabalhista, onde inicia os períodos mais turbulentos de sua carreira política. O sucesso de Mosley no partido era algo impossível de ser ignorado. Sua oratória era reconhecida como inflamatória e talentosa. O The New Statesman proclamou: “O sr. Mosley está treinando para ter a posição de ser o orador mais culto na Casa dos Comuns. Suas flechas estão sempre farpadas e muitas vezes apontadas de maneira sutil. Ele tem coragem e não liga para rejeições, e sua mente mostra tanto distinção quanto elevação.”[6] Sua carreira iria florescer ainda mais em Smethwick, sendo MP. A eleição para o Partido Trabalhista já estava basicamente vencida. O partido vivia um gigantesco boom de popularidade graças à personalidade de Mosley e ao caráter inabalável de sua esposa, Lady Cynthia. Porém, pouco antes das eleições gerais de 1924, o escândalo da carta de Zinoviev é deflagrado na mídia. O tal documento (que possivelmente havia sido fraudado em um esquema para impedir a vitória dos Trabalhistas) que continha instruções para que se criassem “células de propaganda” dentro das forças armadas britânicas, junto com sugestões para a formação de um futuro “Exército Vermelho Britânico.”[7] Mosley, que já era acusado de ser “bolchevista” e “socialista de guilda”, viria a sofrer as consequências da fraude de Zinoviev. Perde as eleições para Neville Chamberlain por apenas setenta e sete votos.[8]

Em 1926, o sucesso do jovem político começa a incomodar a mídia cada vez mais. Confiantes, após a derrota do Partido Trabalhista em 1924, a imprensa não poupou esforços para tentar esmagar a carreira dos Mosley. Muitas vezes, apelou-se para as origens aristocráticas de Oswald e Cynthia, chamando ambos de hipócritas. “O mesmo acontecia com as zombarias sobre vestidos, joias, títulos e riqueza. Cynthia Mosley era acusada de visitar as áreas mais pobres de Smethwick para dizer às mulheres que tudo que eles deveriam fazer para conseguir “peles lindas como as dela” era votar em seu marido nesta eleição.”[9] O Daily Express até mesmo colocou Mosley contra seu próprio pai, cuja relação já era extremamente delicada. A última tacada da imprensa em 1929 foi preparar o povo para a derrota esmagadora dos Mosley nas eleições. Em realidade, Pike (Conservative) e Bayliss (Liberal) perderam para Mosley em Smethwhick por uma maioria de 6,582.[10] Lady Cynthia, braço direito e esposa de Oswald, vence por 26,548 votos.[11]

Lady Cynthia e Oswald Mosley, Smethwick, 1926 (Mary Evans Picture Library).

A vitória esmagadora do Partido Trabalhista não traria, para Oswald Mosley, a vitória de um governo popular. Viria a se desiludir com mais um partido da liberal-democracia parlamentar britânica. Em 1929, acontece a Grande Depressão, que viria a criar uma grande crise de desemprego na Grã-Bretanha e influenciar as novas ideias de Mosley. Como solução para os problemas recém surgidos, o Mosley Memorandum é lançado em 1930. O pensamento econômico do documento é essencialmente keynesiano, sendo até mesmo precursor a certas ideias de Maynard Keynes. “As ideias econômicas de Mosley eram similares às do famoso teórico John Maynard Keynes. Em verdade, Mosley mantinha-se em contato com Keynes durante seu tempo com o Partido Trabalhista. Mosley e Keynes encontravam-se frequentemente para discutir suas ideias sobre a crise econômica.”[12] O Memorandum é rejeitado em massa pelo parlamento britânico e pelo próprio Partido Trabalhista. Neste momento, após vários conflitos de ideias com o partido e outras personalidades como Philip Snowden, Oswald Mosley resolve desistir do partido que já não conseguia responder às necessidades da Grande Depressão. “A impaciência de Mosley com a teimosa rejeição do Partido Trabalhista em adotar medidas alternativas o levou à decisão de renunciar o partido na primavera de 1930.”[13] Desistindo do clássico partido vermelho, Mosley toma a decisão que mudaria o rumo de sua vida: a criação do New Party.

O New Party marcaria o rumo de uma nova forma de pensar para Oswald Mosley. Já completamente desiludido com as intenções de todos os partidos políticos tradicionais, resolve fundar o partido para que ideias realmente revolucionárias e populares tivessem voz, acompanhado por alguns mosleyistas fiéis e por sua amada Lady Cynthia. Mesmo que fosse um partido independente, ainda era considerado como uma mera cisão do Partido Trabalhista, o que lhe causaria a futura derrota eleitoral de Ashton-under-Lyne. O candidato do New Party, Allan Young, recebeu 4,472 votos, já o Partido Trabalhista recebeu 11,005. Já insatisfeitos pela deserção de Mosley, a culpa da derrota trabalhista foi posta em seu New Party. “A vitória conservadora na eleição resultou em uma séria amargura trabalhista contra Mosley por ter sido responsável por uma suposta divisão do voto trabalhista. Após a declaração dos resultados, uma multidão enfurecida se formou do lado de fora da Câmara Municipal. Eles gritaram com Mosley, chamando-o de “traidor” e “Judas”. O filho do candidato trabalhista derrotado acusou Mosley de ter arruinado as chances de seu pai.”[14] Após a derrota em 1931, Oswald Mosley busca novas inspirações. Viajando à Itália a mando de Mussolini em janeiro de 1932, viria a se impressionar com os feitos do fascismo do “Il Duce”. Voltando da Itália, já estava convencido de que a solução para Grã-Bretanha não estava no partidarismo parlamentar, mas nesse “novo credo”. “Mosley viu funcionando na Itália um método que efetivamente controlava toda a fase da vida social e econômica em nome dos interesses superiores da nação como um todo — um método que tornava impossíveis os tumultos regionais da Democracia Financeira e permitia uma nação inteira planejar para o seu próprio futuro numa atmosfera de esforço sério e unido, da qual todas as velhas brigas e jogos de blefe foram expulsos.”[15] O Fascismo Britânico estava para nascer.

“Hurrah for the Blackshirts!”

Antes de Oswald Mosley formar seu movimento e sua doutrina, haviam outros grupos fascistas menores e mais marginais. No dia 6 de maio de 1923, Rotha Lintorn-Orman funda o primeiro movimento declaradamente fascista, a British Fascisti. O movimento, apesar do nome, não era doutrinariamente coeso. Era majoritariamente um movimento anticomunista, sem nenhum programa político verdadeiramente “fascista”. Em 1924, realizam uma grande manifestação em Trafalgar Square, o maior evento fascista no momento.[16] No mesmo ano, trocam o seu nome para “British Fascists“, para evitar a noção de que seria apenas um grupo “proxy” do PNF italiano, o que causou a cisão de um grupo mais doutrinariamente firme, o National Fascisti. Realiza um evento ainda maior em 1925, reunindo por volta de 10.000 fascistas.[17] Seu auge seria em 1926, durante a greve geral que ocorreu no mesmo ano, acalorando os sentimentos anticomunistas. Dois membros de sua organização, Neil Francis Hawkins e William Joyce, teriam importantíssimos papéis na BUF. Hawkins seria o responsável pelas conversas entre sua ala da BF com o New Party, enquanto Joyce seria uma das principais influências de uma política desastrosa que o movimento fascista viria a adotar.

O movimento de Lintorn-Orman parecia muito mais uma organização de segurança do Partido Conservador do que uma organização fascista de fato. Vários outros movimentos movimentos iriam competir pelo sucesso político no país, a “British Empire Fascists”, a “Fascist League”, o “Kensington Fascist Party”, o “Yorkshire Fascists”, a “Imperial Fascist League”, de Arnold Leese, que seria um dos maiores opositores da BUF e do mosleyismo. A “Empire Fascist Movement” e o “Fascist Movement”, todos com existências breves de 1923 até 1932.[18]

Em 1932, graças principalmente a Francis Hawkins, o New Party já estava realizando diálogos não-oficiais com os British Fascists. Reportou ao conselho executivo a sugestão de amalgamar as organizações. O conselho mostrou grande interesse, mas em maio de 1932, em uma votação realizada para aprovar a unificação, três representantes votaram contra e três a favor, o que resultou em um empate. Hawkins, insatisfeito com a decisão do conselho, resignou do movimento. No dia 1 de Outubro, a grande maioria do British Fascists aceitou a liderança de Oswald Mosley. Estava fundada a British Union of Fascists, com sua sede na rua Great George.[19]

Primeira manifestação da BUF (OswaldMosley.net).

Diferente do movimento de Orman, Mosley se dedicou a criar uma doutrina política que genuinamente se diferenciasse dos partidos tradicionais britânicos. Em 1932, lança a obra “The Greater Britain”, que viria a ser o grande manifesto político da BUF. Neste livro, estabelece as bases do seu Estado Corporativo, com a substituição do Parlamento político pelo Parlamento Corporativo, a racionalização da economia, nacionalismo e sua política imperial. “O tipo de interesse que ali seria representado seria o seguinte: — Representantes dos Domínios, das Colônias da Coroa, da Índia, pensamento religioso, dos serviços de combate, do Serviço Civil, da educação, das autoridades em relações exteriores e daqueles que prestaram serviços notáveis ao Estado. Além disso, é claro, o Conselho Nacional das Empresas, composto por representantes dos empregadores e dos sindicatos estaria plenamente representado na segunda câmara reconstituída.”[20] O projeto político mosleyista é peculiar no sentido em que adota o termo “fascismo” mesmo, em certos aspectos, estando distante da própria doutrina mussoliniana. O caráter da doutrina de Mosley é extremamente econômica e organizacional, se debruçando apenas nas problemáticas do “Gold Standard”, isolamento econômico, racionalização, organização corporativa e política. Bret Rubin afirma que o fascismo britânico, neste momento, estaria distante de um regime autocrático, tendo um parlamento eleito e liberdade de imprensa.[21] Também oferece críticas ao marxismo e ao conservadorismo que ganhavam espaço no cenário político inglês: “Algumas das leis marxistas realmente funcionam se a humanidade não estiver organizada para derrotá-las, e elas estão operando hoje na sociedade incipiente que elas imaginam. Se confiarmos nos instrumentos da Idade da Pedra, estaremos sujeitos às leis da Idade da Pedra e esmagados pelas suas forças. Por outras palavras, se confiarmos no conservadorismo para derrotar o marxismo, seremos derrotados pelo marxismo.”[22] A obra é um verdadeiro manifesto corporativo para a Grã-Bretanha. Entretanto, não chega a comentar sobre as questões morais e espirituais da época, algo que era constantemente feito pelos movimentos nacionais da época. Muitos outros doutrinadores como Raven Thomson e Chesterton também não pareciam se importar muito com tais questões. A filosofia do movimento poderia ser definida, de acordo com Chesterton, da seguinte forma: “O Fascismo é a síntese do que previamente havia sido considerado como os credos antiéticos do Cristianismo com Nietzsche.”[23] A obra mais filosófica da União Britânica é de autoria de A. K. Chesterton, “Creed of a Fascist Revolutionary”, onde afirma:

“Aqueles que servem o Fascismo como revolucionários devem deixar de lado o conforto e a segurança das criaturas. Esse é o menos das exigências que lhes são feitas. Noite após noite eles sairão para falar, ou para proteger aqueles que falam a partir do argumento das garrafas quebradas. Semana após semana eles se renderão rotina muito depois de a novidade ter se esgotado.”[24]

William Joyce, descrito por Chesterton como “grande escritor”, seria um dos principais doutrinadores do movimento de Mosley. Foi responsável por ditar a política educacional do futuro Estado Fascista britânico, em seu “Fascist Educational Policy”. No texto citado, é dito o seguinte: “A Educação Fascista tem o propósito de tornar os cidadãos dignos da civilização Fascista. Se o Estado Fascista adotar qualquer outro princípio, poderá ser acusado justamente de inconsistência moral. O Estado não pode ter uma filosofia enquanto as escolas têm meia dúzia. Numa era onde estamos educando a nação para sua salvação, não permitiremos que nosso trabalho seja desfeito por aqueles que têm custódia da nossa juventude.”[25] Toda a política que seria adotada nas escolas britânicas sob a liderança “ditatorial” de Oswald Mosley está definida nas páginas escritas por Joyce. Também define que todos os alunos que atendem às instituições de ensino devem participar da “Fascist Youth Organisation” que seria responsável pela eliminação dos preconceitos de classe.[26] Criticou assiduamente o marxismo no ensaio “Analysis of Marxism” onde escreve que o “Marxismo é a crença que unifica o homem com o animal, e é, portanto, completamente incompatível com o Nacionalismo. Identificar o homem  dessa forma o elimina de todos seus sentimentos e experiências de honra nacional, tradição nacional, solidariedade nacional e amor pela sua própria terra.”[27] Fortemente critica o materialismo histórico dialético, afirmando que as grandes conquistas da humanidade não foram resultados mecânicos do processo evolutivo do determinismo econômico. Explica que a própria existência da família e das religiões refutam a visão de Marx, e, por isso, os asseclas do marxismo pretendem a abolição dessas duas instituições.[28] Outro ensaio importantíssimo para de Joyce é “Dictatorship”, onde explana o conceito de “Leadership” da União Britânica. Critica visceralmente a democracia, espelhando as frustrações com o regime britânico que Oswald Mosley havia experienciado durante seus períodos nos partidos clássicos. Disserta: […] O termo “democracia” é instável por concordar completamente com a volatilidade dos eventos, cujos representantes, portanto, têm uma vantagem significativa em táticas verbais. Alguns explicariam isso pelo lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, e esse foi o último epitáfio escrito sobre sanidade social. […] O igualitarismo de tempos modernos é equivalente ao nosso carpinteiro, que estica e corta suas vítimas para acomodá-las à sua cama. Essa igualdade é definitivamente a antítese de liberdade, e isso é algo que todos os homens deveriam ser capazes de concluir se soubessem o que a palavra “liberdade” significa: mas precisão de definição é impossível.”[29] A BUF era um dos poucos movimentos nacionais que abertamente defendiam um certo tipo de “ditadura”. Pode-se dizer que isto tenha sido um erro tanto doutrinário quanto político. Politicamente, fazer defesa explícita da ditadura em terras inglesas mostrou-se completamente improdutivo. O caráter britânico, intrinsecamente democrático e parlamentar, dificilmente toleraria ou implantaria, por sua própria vontade, uma “ditadura”. Doutrinariamente falando, o que Mosley e Joyce não exatamente se encaixam no conceito clássico de ditadura. Codreanu afirma que a ditadura implica a vontade de um só homem imposta aos demais.[30] A ditadura fascista britânica, nas palavras de Joyce: “O Fascismo alistará os serviços de hereditariedade e ambiente para assegurar a formação de líderes dignos. Não é essencial que a ditadura seja invariavelmente exercida por um único homem: a camaradagem do Fascismo permite que a soberania seja exercida por um grupo de homens.”[31] Em seu “Tomorrow We Live”, Mosley define exatamente o que seria este regime político: “A única ditadura que propomos para este país é a ditadura do próprio povo, que substituirá a atual ditadura dos interesses velados. Nosso Movimento oferece ao povo não a ditadura, mas a liderança, por meio de um instrumento pelo qual sua vontade possa ser realizada.”[32] O conceito de “ditadura” a qual a BUF se serve é elástico, pouco exato, muito taxador. É entendível a elasticidade de conceitos, principalmente de uma palavra constantemente usada por detratores políticos. Mas a decisão dos mosleyistas em se colocarem como “defensores da ditadura” não foi, a longo prazo, uma decisão politicamente saudável.

Parada no quartel general da BUF, Black House, Chelsea (F.O.M.).

O projeto econômico da União Britânica girava em torno da instauração do Estado Corporativo. O livro “Fascism for the Million”* expõe o seguinte: “Fundamentalmente, a União Britânica de Fascistas mantém-se ou cai pela validade do seu raciocínio económico e das suas propostas econômicas. Se estiver errada na sua economia, então os seus esforços devem resultar em fracasso.”[33] O principal ideólogo do sistema corporativo mosleyista é o já citado Arthur Raven Thomson, autor da obra “The Coming Corporate State”, fundamental para a compreensão da organização do Estado Fascista britânico. Thomson leciona: “O Estado Corporativo é um meio de equiparar as forças econômicas às necessidades da nação. Foi concebido para acabar com o caos e a desordem do atual sistema económico e substituí-los por uma economia organizada.”[34] Raven Thomson também responde a tão polêmica questão do Parlamento, considerado órgão importantíssimo da vida nacional britânica. Diz o seguinte:

“Resta uma função muito importante, para cujo bom desenvolvimento o Parlamento deve estar relacionado com detalhes mesquinhos. É aqui, no seio do Estado Corporativo, que todas as questões gerais devem ser decididas. […] O Parlamento deveria preocupar-se com os fundamentos que estabelecem os princípios sobre os quais o Governo e as organizações executivas irão agir.”[35]

Em “Fascism for the Million”, um aspecto comum aos movimentos nacionais da época é ressaltado, que é a defesa do sindicalismo. É dito o seguinte: “Em vez de ser antagônico em relação aos trabalhadores, como alegam os opositores, o fascismo é o resultado lógico da a luta do movimento sindical por condições justas.”[36] Os sindicatos, em qualquer organização corporativa, são necessários para a defesa de interesses particulares de certa classe de trabalhadores, enquanto a corporação seria a grande federação de sindicatos que correspondem a ramos parecidos. No Estado Corporativo de Mosley, os sindicatos iriam exercer suas devidas funções e seriam um dos principais pilares da organização nacional.[37] Em “Fascism in Britain”, Mosley disserta:

“Todos esses interesses estão entrelaçados na maquinaria permanentemente funcional do Governo Corporativo. Dentro da estrutura empresarial, os interesses como os sindicatos e as federações patronais já não serão os estados-maiores dos exércitos adversários, mas sim os diretores conjuntos das empresas nacionais. A guerra de classes dará lugar à cooperação nacional. Todos os que prosseguem uma política seccional e antinacional enfrentarão a oposição do poder do Estado organizado.”[38]

A criação de um mercado autossuficiente também é posto em grande destaque no programa mosleyista. A política de mercado interno da BUF seria resumido em tirar proveito do sistema imperial britânico, criando um mercado focado nos domínios britânicos.[39] Novamente em “Fascism in Britain”, é explicado: “A primeira função da organização Corporativa será construir o Mercado Interno. Se for verdade que os nossos mercados de exportação estão fadados a diminuir em vez de aumentar, o Mercado Interno é a única saída; no entanto, esse Mercado Interno é continuamente restringido pela redução de salários e vencimentos, a fim de reduzir custos no esforço para reconquistar mercados estrangeiros.”[40]

Oswald Mosley concebe a filosofia política da União Britânica de Fascistas como um “cesarismo moderno”, organizador das massas devotas. Em “The Philosophy of Fascism”, afirma: “O cesarismo moderno, como todas as coisas modernas, é coletivo. A vontade e o talento do indivíduo por si só são substituídos pela vontade e capacidade dos milhares disciplinados que compõem um movimento fascista. Cada camisa-negra é uma célula individual de um cesarismo coletivo. A vontade organizada das massas devotadas, sujeitas a uma disciplina voluntária e inspiradas pelo ideal apaixonado da sobrevivência nacional, substitui a vontade de poder e de uma ordem superior do super-homem individual.”[41] Por estas bases políticas, econômicas e filosóficas que o movimento de Mosley se iniciaria na Grã-Bretanha.

A ação e o declínio

Após Oswald Mosley reunir a grande maioria dos movimentos fascistas em apenas um órgão doutrinariamente coeso, o Fascismo pôde avançar com mais ardor e força. Durante os anos iniciais, os ingleses viam a União Britânica como uma organização “inofensiva” e Mosley ainda era uma figura extremamente respeitada nos círculos políticos britânicos, sendo convidado em 1933 à BBC para debater acerca da ideologia Fascista e teria realizado a primeira manifestação do movimento na famosa Trafalgar Square.[42] G. Barroso registra as atividades do movimento:

“Os fascistas ingleses […] só possuem informações vibrantes de sua vitalidade. Meetings tumultuosos e concorridíssimos, caravanas por todos os distritos, intensa vibração no elemento feminino guiado pela mãe de sir. Mosley, desfiles admiráveis e entusiásticos, todo o aparelhamento espontâneo que surge ao encontro das ideias justas, surgiu e acompanha a marcha ascensional da British Union of Fascists.”[43]

Mosley, de 1933 a 1937, realizou 200 discursos por ano, de certa forma por necessidade. A mídia costumava boicotar todo o material da BUF, deixando-a fora dos olhos do público.[44] Porém, um dos principais apoiadores do movimento Fascista viria a diminuir os danos do boicote midiático. Lord Rothermere firmou uma aliança com o movimento mosleyista, cedendo apoio pelo famoso jornal “Daily Mail”. Outros jornais como “Evening News”, “Sunday Picturial” e “Sunday Dispatch” trariam entrevistas e colaborações ao debate público.[45]

O apoio de Rothermere faria o movimento decolar nos anos de 1933-1934, também trazendo oposição. O destino do movimento Fascista seria decidido na manifestação de Olympia. Durante o comício que reuniu 2.000 – 1.000 camisas-negras e muitos outros simpatizantes, antifascistas (que já estavam planejando uma ação dias antes do evento) interrompem o discurso de Oswald Mosley com os dizeres “Fascism means murder: down with Mosley!”. Os “Stewards”, camisas-negras milicianos da BUF, foram bem sucedidos em remover os resistentes antifascistas, porém, com um preço caro. A violência utilizada pelos mosleyistas foi motivo de escrutínio por parte da mídia e outras figuras. No mesmo dia, Mosley participou de um programa de rádio sobre os ocorridos em seu comício político. Gerald Barry, editor do News Chronicle, afirma que não havia visto um episódio tão terrível de violência “desde a guerra”.[46] Após este programa, Mosley não seria permitido na BBC em duas décadas. Como consequência dos eventos em Olympia, Lord Rothermere (que era, apenas, um simpatizante e não um militante) rompe oficialmente com o movimento. Após 1934, a União Britânica entraria, oficialmente, em declínio.

Uma questão de intensa importância nos meios fascistas britânicos da época era a sobre os judeus. A principal razão de Arnold Leese em não integrar a sua “Imperial Fascist League” ao movimento de O. Mosley seria justamente pela ausência de racismo contra judeus na BUF. Nas palavras do Leader: “Os judeus devem colocar os interesses da Grã-Bretanha antes dos interesses dos judeus, ou serão deportados da Grã-Bretanha. Este não é um princípio de perseguição racial ou religiosa.”[47] Em “Tomorrow We Live”, Mosley afirma que a questão judaica não tinha nenhuma importância no início da atuação da União Britânica. O cenário iria mudar após, em seus dizeres, descobrir que 50% dos ataques realizados à camisas-negras eram por parte de judeus. Porém, o autor reitera que a questão não seria racial nem religiosa.[48]

Apesar dos esforços do líder em conter qualquer sentimento ou ação antissemita no movimento, o quadro mudaria radicalmente justamente após o declínio em 1934. Alguns dos principais elementos da BUF eram, de alguma forma, antissemitas. A.K. Chesterton, um dos grandes figurões do movimento, afirma no pequeno texto “The Apotheosis of the Jew”: “Mais importante, porém, é o significado espiritual do alegoria, porque na verdade é um fato que a mentalidade judaica é apropriadamente expresso pelos símbolos dos trapos do mendigo e do papel machê dourado de armaduras.”[49] O movimento também seria acusado de aterrorizar judeus em vários locais. Mas uma das figuras mais antissemitas e problemáticas do movimento era um dos oradores mais importantes: William Joyce.

De acordo com John Beckett, outra grande personalidade — também antissemita — da BUF, William Joyce foi “o antissemita mais violento que já conheci”, também foi descrito por Chesterton com “uma influência perniciosa”.[50] Joyce, em sua principal obra intitulada “Twilight over England”, admite: “A influência que tive, usei para promover uma política totalmente antijudaica: e, neste aspecto, fui bem sucedido.”[51] William Joyce era uma das figuras mais violentas do movimentos, sendo essencialmente um nazista, responsável pela alteração do nome do movimento: “British Union of Fascists and National-Socialists”. Afirmava, sobre os judeus, o seguinte: “Esses pequenos sub-homens são um incômodo a ser eliminado.”[52] Não é exagero afirmar que Joyce e sua retórica foram uma das principais razões do declínio completo do Fascismo na Inglaterra. O prestígio e respeito que se havia por Mosley estavam desaparecendo justamente pelas incongruências no seio do movimento: enquanto o Leader desaprovava políticas antissemitas, Joyce e grande parte de seus seguidores pareciam discordar.[53]

Oswald Mosley inspeciona seus camisas-negras no dia 4 de outubro de 1936, pouco tempo antes da Batalha da Cable Street (History Extra).

A reputação de Oswald Mosley, após os eventos em Olympia e a violenta retórica antissemita de William Joyce e Chesterton, havia sido completamente arruinada. Em novembro de 1934, Robert Forgan, amigo e aliado de Mosley sai do movimento após a nova política antissemita assumida. A BUF não era mais vista como uma agremiação política inofensiva de jovens esportivos e patrióticos: era vista como uma gangue de encamisados, extremamente odiosa. No dia 4 de outubro de 1936, a infame batalha da Cable Street acontece. O conflito, organizado pelo movimento comunista britânico, foi bem sucedido em vencer os Fascistas, porém, não da forma que se pensa. Após a batalha, a União Britânica, em verdade, cresceu em números. Não apenas isso: a marcha Fascista foi bem sucedida, apesar de toda a oposição. Após todo o ocorrido, comunistas, tentando uma “Marcha da Vitória”, foram vaiados em massa pela população apoiadora dos camisas-negras do East End de Londres.[54] Porém, mesmo conseguindo reter certa popularidade e muitos apoiadores, o governo britânico sanciona o “Public Order Act”, banindo oficialmente o uso de uniformes políticos. Junto com isso, organizações “quasi-militares” também foram proibidas, encerrando completamente as atividades milicianas da BUF. O movimento agora dependia completamente da polícia — que não se interessava em usar violência para defender os eventos — para impedir qualquer obstrução às atividades Fascistas. A organização foi completamente marginalizada, tendo apenas um pico de popularidade novamente em 1939, pouco tempo antes de ser oficialmente banida pelas autoridades britânicas.

Conclusão

Atualmente, muitos autointitulados “nacionalistas” assumem que o uso extremado da violência e a adoção de um discurso extremamente antissemita seja o caminho que os movimentos nacionais devem tomar. Porém, o exemplo histórico de Oswald Mosley e sua British Union of Fascists mostra que essa postura não é a mais eficiente e nem mesmo a mais correta. Todo o esforço inicialmente patriótico de muitos membros da BUF e de Mosley foram completamente em vão, por o que Mosley mesmo havia condenado. Houve uma grande falta de austeridade por parte do Leader dos camisas-negras, que, em vez de assegurar que o movimento manteria uma política saudável e nacionalista, permitiu que William Joyce transformasse a organização em “uma daquelas pequenas sociedades excêntricas […] loucas por os judeus”[55], como o próprio líder da BUF havia descrito Leese e sua IFL.

Joyce era uma figura extremamente polemista, irresponsável e inconfiável. Uma frase extremamente marcante de seu “Twilight over England” é esta: “Eu não estou em política porque quero progredir, mas porque sinto e acredito em coisas que considero um dever proferir. Sucesso que se dane.”[56] Não é condenável militar politicamente apenas pelos seus ideais. Muito pelo contrário, é uma atitude extremamente louvável. Porém, indivíduos como William Joyce (que existem aos montes) não parecem ter uma noção clara de suas próprias atitudes. A atitude de Joyce era extremamente inconsequente, quase uma verdadeira “autossabotagem” contra o próprio movimento. “O que eles não perceberam foi que uma política de antissemitismo fazia mais dano à legitimidade do movimento do que qualquer esforço concertado dos judeus, real ou imaginário.”[57]

O potencial do movimento de Oswald Mosley era grande, havia uma energia sincera e realmente patriótica nos esforços iniciais. Porém, até as forças mais honestas podem ser corrompidas por maus elementos, extremamente subversivos e polêmicos. A lição que fica é que deve-se ter juízo, não se pode permitir que figuras como William Joyce tomem as rédeas de qualquer ação política. A inconsequência e a irresponsabilidade serão sempre fenômenos evitáveis. O Nacionalismo precisa de líderes sábios, responsáveis e que baseiam todos os seus esforços em regenerar a Pátria, em amar o seu povo e criar, não destruir. O movimento de Oswald Mosley tinha um verdadeiro potencial patriótico e honesto nas páginas de “The Greater Britain”, mas permitindo a existência de indivíduos perniciosos, enveredou pelas odiosas e insidiosas páginas de “Fascism and Jewry”.

Autor. J.M.

Citações traduzidas por J.M. e revisadas por Bulb.

Notas:

* A edição do livro “Fascism for the Million” a qual está sendo usada é a da Black House Publishing que credita Oswald Mosley como autor do texto. Porém, em realidade, a autoria do texto não parece ser de Mosley. No livreto “Taxation and the People” de Oswald Mosley, nas recomendações de livros, a obra não tem autores creditados. Outra evidência de que o texto não pertence à Oswald Mosley é que este é referido em terceira pessoas diversas vezes na obra, o que seria extremamente incomum, já que o livro seria escrito pelo próprio líder fascista. Já na última página do livro “Fascism: 100 Questions Asked and Answered”, a autoria do livro é dada à W. J. Leaper. Neste artigo, por motivos técnicos, o livro será citado como “sem autor”.

[1] MOSLEY, Oswald, My Life. Londres: Friends of Oswald Mosley (F.O.M.), 2006. p. 8.

[2] CHESTERTON, A.K., Oswald Mosley – Portrait of a Leader. Londres: Action Press, LTD., 1937. p. 13.

[3] Ibid., p. 18.

[4] RUBIN, B. The Rise and Fall of British Fascism: Sir Oswald Mosley and the British Union of Fascists. Intersections Online, v. 11, n. 2, 2011. pp. 326-327.

[5] CHESTERTON, A.K., Oswald Mosley – Portrait of a Leader. Londres: Action Press, LTD., 1937. p. 32.

[6] Ibid., p. 41.

[7] Ibid., p. 55.

[8] Ibid., p. 56.

[9] Ibid., p. 64.

[10] Ibid., p. 67

[11] Otago Daily Times, Issue 20733, 3 June 1929, page 9.

[12] RUBIN, B. The Rise and Fall of British Fascism: Sir Oswald Mosley and the British Union of Fascists. Intersections Online, v. 11, n. 2, 2011. p. 330.

[13] Ibid., p. 12.

[14] Ibid., p. 19.

[15] CHESTERTON, A.K., Oswald Mosley – Portrait of a Leader. Londres: Action Press, LTD., 1937. p. 111.

[16] BFI. The British Fascisti (1924) | BFI National Archive. YouTube, 10 nov. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=SUQuPFVAkW8>. Acesso em: 21 de outubro de 2024.

[17] 10,000 British Fascists Aka 10,000 British Fascisti (1925). Youtube, 13 abr. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JiFlN6U25A8>. Acesso em: 21 de outubro de 2024.

[18] CHESTERTON, A.K., Oswald Mosley – Portrait of a Leader. Londres: Action Press, LTD., 1937. p. 117.

[19] Ibid., p. 118.

[20] MOSLEY, Oswald, The Greater Britain. Londres: B.U.F. Publications LTD., 1934. p. 42.

[21] RUBIN, B. The Rise and Fall of British Fascism: Sir Oswald Mosley and the British Union of Fascists. Intersections Online, v. 11, n. 2, 2011. p. 356.

[22] MOSLEY, Oswald, The Greater Britain. Londres: B.U.F. Publications LTD., 1934. p. 81.

[23] CHESTERTON, A.K., Oswald Mosley – Portrait of a Leader. Londres: Action Press, LTD., 1937. p. 161.

[24] JOYCE, William, Fascist Educational Policy. Londres: Steven Books, 2017. p. 3.

[25] CHESTERTON, A.K., Creed of a Fascist Revolutionary. [s.l.]. [s.n.]., 1936. p. 19.

[26] JOYCE, William, Fascist Educational Policy. Londres: Steven Books, 2017. p. 13.

[27] JOYCE, William, Analysis of Marxism. Essex: Steven Books, 2014. p. 4.

[28] Ibid., p. 10.

[29] JOYCE, William, Dictatorship. Londres: Steven Books, 2015. pp. 3-4.

[30] SIMA, Horia, O que é o Nacionalismo?. Trad. F. Alves. Brasil: Nova Offensiva Editorial, 2021. p. 35.

[31] JOYCE, William, Dictatorship. Londres: Steven Books, 2015. p. 10.

[32] MOSLEY, Oswald, A Política do Fascismo Britânico. Trad. Jean F. L. Becker. Brasil: Episch Verlag, 2021. pp. 22-23.

[33] FASCISM for the Million. Londres: Sanctuary Press LTD., 2017. p. 17.

[34] THOMSON, A. Raven, The Coming Corporate State. Londres: Greater Britain Publications, 1935. p. 2.

[35] Ibid., p. 30.

[36] FASCISM for the Million. Londres: Sanctuary Press LTD., 2017. p. 58.

[37] MOSLEY, Oswald, Fascism: 100 Questions Asked and Answered. Londres: B.U.F. Publications LTD., 1936. questão 67.

[38] MOSLEY, Oswald, Fascism in Britain. [s.l.]. [s.n.]. [s.d,]. p. 5.

[39] MOSLEY, Oswald, Fascism: 100 Questions Asked and Answered. Londres: B.U.F. Publications LTD., 1936. questão 40.

[40] MOSLEY, Oswald, Fascism in Britain. [s.l.]. [s.n.]. [s.d,]. p. 5.

[41] The Philosophy of Fascism – OswaldMosley.com. Disponível em: <https://www.oswaldmosley.com/the-philosophy-of-fascism/>. Acesso em: 21 out. 2024.

[42] RUBIN, B. The Rise and Fall of British Fascism: Sir Oswald Mosley and the British Union of Fascists. Intersections Online, v. 11, n. 2, 2011. p. 358.

[43] BARROSO, Gustavo, O Integralismo e o Mundo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, S.A., 1936. p. 121.

[44] RUBIN, B. The Rise and Fall of British Fascism: Sir Oswald Mosley and the British Union of Fascists. Intersections Online, v. 11, n. 2, 2011. p. 359.

[45] BARROSO, Gustavo, O Integralismo e o Mundo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, S.A., 1936. p. 140.

[46] RUBIN, B. The Rise and Fall of British Fascism: Sir Oswald Mosley and the British Union of Fascists. Intersections Online, v. 11, n. 2, 2011. pp. 363-364.

[47] MOSLEY, Oswald, Fascism: 100 Questions Asked and Answered. Londres: B.U.F. Publications LTD., 1936. questão 95.

[48] MOSLEY, Oswald, A Política do Fascismo Britânico. Trad. Jean F. L. Becker. Brasil: Episch Verlag, 2021. pp. 71-72.

[49] CHESTERTON, A.K., The Apotheosis of the Jew. [s.l.]. [s.n.]., 1937. p. 1.

[50] FASCISM in England 1928-1940. Londres: Final Conflict, 1997. p. 13.

[51] JOYCE, William, Twilight over England. Berlim: Internationaler Verlag, 1940. p. 8.

[52] JOYCE, William, Fascism and Jewry. [s.l.]. [s.n.]., 1933. p. 3.

[53] RUBIN, B. The Rise and Fall of British Fascism: Sir Oswald Mosley and the British Union of Fascists. Intersections Online, v. 11, n. 2, 2011. p. 370.

[54] The Myth of Cable Street – OswaldMosley.com. Disponível em: <https://www.oswaldmosley.com/battle-of-cable-street/>. Acesso em: 23 out. 2024.

[55] RUBIN, B. The Rise and Fall of British Fascism: Sir Oswald Mosley and the British Union of Fascists. Intersections Online, v. 11, n. 2, 2011. p. 377.

[56] JOYCE, William, Twilight over England. Berlim: Internationaler Verlag, 1940. p. 8.

[57] RUBIN, B. The Rise and Fall of British Fascism: Sir Oswald Mosley and the British Union of Fascists. Intersections Online, v. 11, n. 2, 2011. p. 377.

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